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Foto: Unsplash |
Desde o dia 29 de julho, o planeta entrou em déficit ecológico pelo alto consumo dos recursos naturais. Atualmente a humanidade consome 74% a mais da capacidade de renovação da Terra
Você já se questionou sobre como o seu consumo impacta o uso dos recursos naturais do planeta? Anualmente, a Terra tem sido sobrecarregada pela aceleração no ritmo de utilização dos bens fornecidos pela natureza, entrando em déficit ecológico. O Dia da Sobrecarga da Terra é uma data mundial que marca o momento em que a humanidade consumiu todos os recursos naturais que o planeta é capaz de renovar durante um ano. Em 2021, o déficit acontece a partir desta quinta-feira, 29 de julho.
O cálculo da sobrecarga é realizado pela Global Footprint Network (GFN) dividindo a biocapacidade do planeta (quantidade de recursos ecológicos que a Terra pode regenerar no ano) pela Pegada Ecológica da humanidade (quantidade de recursos naturais necessários para sustentar os padrões de consumo da população mundial). Segundo a GFN, atualmente, são utilizados os recursos de 1,7 planetas – o equivalente a mais de 74% da capacidade de renovação da Terra.
Em 2020, devido à redução das atividades econômicas pela pandemia de Covid-19, a sobrecarga ocorreu em 22 de agosto – há 15 anos a data não acontecia tão “tarde”. Porém, em 2021 o aumento de 6,6% da pegada de carbono em comparação com o ano passado já recoloca o planeta no patamar pré-pandemia. Além disso, a GFN destaca a redução de 0,5% na biocapacidade florestal do mundo devido, em grande medida, a um aumento do desmatamento na Amazônia. Somente no Brasil, mais de 1 milhão de hectares de floresta foram perdidos em 2020 e estimativas para 2021 indicam um aumento de até 43% no desmatamento.
O equilíbrio ecológico e social exige ações coletivas
Na visão da professora da Escola de Negócios da PUCRS Maira Petrini, coordenadora do Grupo de Pesquisa sobre Sustentabilidade e Negócios com Impacto Social, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Administração, para alcançarmos a sustentabilidade é preciso repensar as estruturas e os padrões adotados mundialmente.
“O que a pandemia faz é descortinar as disfuncionalidades dos modelos econômicos atuais e nossos altos níveis de desigualdade e pobreza. Precisamos questionar alguns pontos que podem ter levado a isso, como o individualismo e a competição em detrimento da colaboração. Isso vale para as empresas, para as nações e para as sociedades”.
Maira destaca, ainda, que a construção de uma economia mais sustentável também passa pela ressignificação dos negócios. “A necessidade de as empresas encontrarem um propósito vinculado com o coletivo se tornou exponencial. O propósito engaja colaboradores, fideliza consumidores e constrói marcas fortes. Cada vez mais os negócios precisam mobilizar as pessoas, criando significados e laços de coletividade. E essa pressão vem da sociedade, da nova sociedade, das novas gerações que já nascem provocando e questionando um propósito maior”, aponta.
Consumo consciente é essencial para adiar a sobrecarga
Diminuir o consumo, optar por produtos e empresas aliadas do desenvolvimento sustentável, evitar o desperdício de recursos ambientais e reduzir as emissões de carbono são ações fundamentais para adiarmos o Dia da Sobrecarga da Terra, mitigando os impactos da crise climática.
Confira alguns passos da campanha #MoveTheDate para adiar o esgotamento dos recursos:
- A pegada de carbono representa 57% da pegada ecológica da humanidade. Reduzir em 50% o total de emissões no mundo adiaria a sobrecarga em 93 dias, ou cerca de três meses;
- Se reduzirmos o consumo global de carne em 50% e substituíssemos essas calorias por meio de uma dieta vegetariana, a data seria adiada em 17 dias;
- Se reduzirmos as emissões de carbono do transporte em 50% ao redor do mundo e assumirmos que um terço das distâncias percorridas de carro por substituídas por transporte público e o resto por bicicletas e caminhadas, o Dia da Sobrecarga seria adiado em 13 dias;
- Se diminuirmos o desperdício de alimentos pela metade em todo o mundo, a data seria adiada em 13 dias;
- Reflorestar 350 milhões de hectares de floresta adiaria em 8 dias a data de esgotamento dos recursos ambientais.
Seguiremos juntos na busca pela sustentabilidade
A PUCRS, em consonância com seu Marco Referencial e de acordo com sua Missão, estabelece como princípios norteadores para a busca da sustentabilidade ambiental o contínuo estímulo à educação ambiental, envolvendo a comunidade em geral; a promoção de ambiente acadêmico-científico favorável para o desenvolvimento e disseminação de tecnologias para a redução dos impactos ambientais; e a contínua melhoria de seus procedimentos técnico-administrativos para a mitigação e prevenção dos impactos ambientais provenientes das suas ações, em concordância com a legislação ambiental vigente.
Entre as ações adotadas pela Universidade está a implementação e manutenção da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Pró-Mata, uma área de conservação ambiental da PUCRS localizada em São Francisco de Paula, na serra gaúcha. Com área aproximada de 2.400 hectares, o Pró-Mata é a maior RPPN do Rio Grande do Sul e recebe anualmente centenas de pesquisadores, professores e estudantes de diferentes instituições, brasileiras e internacionais.
Desde a sua inauguração, são promovidas atividades de ensino, pesquisa e extensão sob a condução do Instituto do Meio Ambiente da PUCRS (IMA).
“Através da conservação de campos e matas em área tão ampla, a PUCRS se destaca entre as universidades de todo o mundo no seu compromisso com o meio ambiente, contribuindo de forma importante para a minimização do efeito estufa através da fixação de carbono atmosférico. A captação de carbono realizada no Pró-Mata já é capaz de neutralizar grande parte ou a totalidade das emissões de carbono decorrentes da operação diária da PUCRS”, destaca o professor Nelson Fontoura, diretor do IMA.
PUCRS notícias
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