Os sonhos, pensamentos e desenhos de
22 crianças refugiadas no Brasil agora viraram livro. Entre as autoras está a
síria Shahad Al Saiddaoud, de 12 anos. "A paz começa com um sorriso no
rosto. Quero meu país, a Síria, feliz, sem guerras", deseja ela. Suas
irmãs Yasmin, 7, e Razan, 5, também participam da coleção, mas com desenhos que
ilustram a alegria de estar no Brasil, longe da guerra civil que devasta a
Síria há seis anos. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para
Refugiados (Acnur), 5 milhões de sírios deixaram sua terra natal.
Refugiadas junto com seus pais no
Brasil, Shahad, Yasmin e Razan e também outras 19 crianças, de 5 a 13 anos,
puseram seus sonhos no papel e a partir de agora compartilham suas histórias e
emoções na primeira coleção de livros infantis escritos por crianças refugiadas
lançada no país.
“No livro falo sobre meu sonho, sobre
a Síria, sobre meus parentes, eu queria todo mundo feliz na Síria, não queria
guerra. Esse é meu sonho, queria todo mundo em paz”, emociona-se Shahad, que
está há pouco mais de um ano no Brasil. Já as irmãs falam pouco o português
ainda, mas afirmam que gostaram de participar da coleção. Já Shahad, quer
escrever outro livro. “Quero fazer uma ficção agora”, adianta.
O projeto é resultado da parceria da
AlphaGraphics, empresa de impressão digital, com o Instituto de Reintegração do
Refugiado (Adus) e a Estante Mágica, que atua com projetos editoriais
pedagógicos voltados a crianças. “Virou mais do que um projeto, virou um
sonho", conta um dos idealizadores da coleção de livros, Rodrigo Abreu,
conselheiro do Adus e CEO da AlphaGraphics Brasil.
Ele conta que a ideia surgiu depois
que ele se tornou conselheiro do instituto e quis unir os dois projetos.
"Pedimos para que as crianças nos contassem os seus sonhos e o resultado
foi incrível, mostrando que o que falta para elas é uma simples
oportunidade", completa Abreu.
A AlphaGraphics foi a responsável
pela impressão dos livros e a seleção das crianças ficou por conta do Adus.
"Desde 2010, temos como missão no Adus atuar em parceria com refugiados e
pessoas em situação análoga ao refúgio para sua reintegração à sociedade.
Buscamos a valorização e inserção socioeconômica, cultural para que se
reconheçam e exerçam a cidadania novamente", explica Marcelo Haydu,
diretor executivo da instituição.
Dois educadores da Estante Mágica
prepararam o ambiente, conversaram com os pequenos autores, ouvindo as histórias
e trajetórias de cada um. Imersos num mundo da imaginação e criatividade, cada
uma das crianças se permitiu pensar nos seus maiores sonhos e então colocaram
no papel todas as suas fantasias e expectativas.
Segundo Abreu, nesta primeira etapa
os livros não serão vendidos. “A primeira edição foi para as famílias das
crianças, para o Adus, e a imprensa, e agora vamos entregar para escolas e
bibliotecas”. Futuramente, as vendas serão revertidas às famílias das crianças
e a projetos que apoiam refugiados no Brasil. Para o idealizador, o projeto
ainda não terminou. “Vamos dar oportunidade para novas crianças e as que
participaram poderão fazer novas edições”.
Os sonhos das jovens autoras vão
longe - de princesas a astronautas. No fértil imaginário infantil, bosques,
arco-íris, helicópteros, Chapeuzinho Vermelho e a paz são alguns dos
personagens e referências que dão vida às histórias e ilustrações de seus
primeiros livros, agora eternizados. Acima de tudo, os pequenos sobreviventes
compartilham suas histórias de resiliência e esperança.
"Meu nome é Bader Munir Bader.
Tenho 5 anos. Gosto do sol. Dos pássaros. E das cores bonitas", escreve
Bader, 5 anos, nascido na Arábia Saudita. Na história, ele conta que adora
futebol, pular e sua cor preferida é verde-claro."As pessoas não têm
coração para fazer o bem para outras pessoas", conta a síria Hebra, fã de
história, geografia, artes e educação física.
Crianças refugiadas
Segundo o Comitê Nacional para os
Refugiados (Conare), mais de 9 mil refugiados de 82 nacionalidades vivem no
Brasil, principalmente vindos da Síria, Angola, Colômbia, República Democrática
do Congo e Palestina. Do total acumulado de refugiados entre 2010 e 2015
(4.456), 599 eram crianças entre 0 e 12 anos, compondo 13,2% da população
refugiada no país.
Para a legislação brasileira, a
criança refugiada é aquela que foi obrigada a deixar seu país devido a um temor
de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social,
opiniões políticas de seus familiares, conflitos armados, violência e violação
generalizada de direitos humanos.
No mundo todo, 91% das crianças estão
matriculadas na escola primária, enquanto que entre as crianças refugiadas esse
índice é de apenas 61%, segundo dados do Escritório das Nações Unidas para
Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
Agência
Brasil
A arte de escrever bem
Escrever é uma necessidade vital, um fundamento sem o qual a comunicação perde em substância.
Os desafios do dia a dia exigem intensa troca de mensagens, seja nas redes sociais, seja nas corporativas: relacionamentos pessoais, correio eletrônico, elaboração de projetos e relatórios, participação em concursos e processos seletivos, negociações empresariais, tratados corporativos, convenções políticas, projetos literários... Tarefas que se tornam triviais, textos que se tornam mais adequados e elegantes quando as técnicas para a elaboração da redação criativa se encontram sob inteiro domínio. E não é só. Escrever está umbilicalmente vinculado à qualidade de vida, à saúde, ao bem-estar.
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Fluência à escrita e qualidade à redação são as molas propulsoras que impulsionam o livro, são os objetivos possibilitados pela aplicação da metodologia. Como fundamento, um tripé harmoniosamente organizado: a linguística, a estruturação e análise do discurso e as técnicas de elaboração de textos criativos.
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