A Assembleia Nacional da França
adotou nesta quinta-feira (20), poucos dias antes da abertura dos Jogos
Olímpicos de Inverno de Pequim, uma resolução denunciando o
"genocídio" dos uigures pela China e pedindo ao governo francês que
faça o mesmo.
O texto, sem caráter vinculante, foi defendido no
plenário pelo primeiro-secretário do Partido Socialista, Olivier Faure. O
projeto recebeu o apoio dos deputados do partido presidencial A República em
Marcha (LREM) e foi aprovado quase por unanimidade – 169 votos a favor, um
contra e cinco abstenções.
A proposta afirma que a Assembleia "reconhece
oficialmente a violência perpetrada pelas autoridades da República Popular da
China contra os uigures como crimes contra a humanidade e genocídio" e os
"condena".
O texto "convida o governo francês" a fazer o
mesmo e a adotar "as medidas necessárias junto com a comunidade
internacional e em sua política externa em relação à República Popular da
China", para pôr fim a essa situação.
Em nome do governo, o ministro do Comércio Exterior,
Franck Riester, falou em "violência sistemática" e "testemunhos
avassaladores", mas argumentou que a qualificação formal do genocídio cabe
aos órgãos internacionais, e não ao governo.
O Executivo francês, temendo represálias econômicas, até
agora se contentou em denunciar a “repressão institucionalizada em larga
escala”, sem, no entanto, condenar os crimes cometidos.
Pequim bloqueia qualquer investigação da ONU e não
reconhece o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, na Holanda.
Arrastar a China perante um tribunal parece, portanto, uma missão impossível,
explica a jornalista Heike Schmidt, da RFI.
Com informações da RFI e AFP
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