A CoronaVac tem se mostrado segura nos testes feitos no Brasil, mas o excesso de ambição política e a paranoia ideológica podem prejudicar a imunização dos brasileiros
Se não há a menor dúvida de que a pandemia do novo
coronavírus é um dos episódios mais trágicos de nossa história — algo
destruidor para os milhares que se vão para sempre e algo terrível para os
milhões que sofrem por causa do desemprego, da perda de renda, da ansiedade, da
tristeza, do aumento da desigualdade, do medo em relação ao futuro, da crise no
ensino, da deterioração da saúde mental —, resta, pelo menos, um consolo. O
Brasil é palco importante da corrida por uma vacina. Até agora, a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou testes clínicos de quatro
delas. A CoronaVac, fruto da parceria entre a chinesa Sinovac e o Instituto
Butantan, de São Paulo; a da Universidade de Oxford, feita em conjunto por aqui
pela farmacêutica AstraZeneca e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); a da
farmacêutica Pfizer-Wyeth; e a da Johnson & Johnson.
Esse é, digamos assim, o lado positivo. O problema é
que disputas políticas entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São
Paulo, João Doria, ambos de olho nas eleições de 2022, podem atrapalhar esse
processo, como ficou claro nos tristes episódios registrados na penúltima
semana de outubro. O foco da briga é a vacina chinesa CoronaVac, que está
avançada na fase de testes. Na terça-feira 20, o ministro da Saúde, Eduardo
Pazuello, havia se comprometido numa reunião virtual com governadores a comprar
as doses da vacina chinesa, caso o imunizante receba a aprovação final da
Anvisa. A negociação entre o estado de São Paulo e o ministério parecia ter
vencido uma etapa importante, Doria respirou aliviado e foi para as redes
sociais divulgar a novidade.
Menos de 24 horas depois, Bolsonaro, reagindo a
protestos de seus apoiadores, usou o mesmo expediente. Foi às redes sociais
para negar qualquer compromisso de seu governo com a compra da CoronaVac e
desautorizou seu ministro. O post foi seguido de uma entrevista de integrantes
do ministério — sem a participação de Pazuello, que está com o coronavírus — em
que a posição do presidente foi ratificada. Doria estava em Brasília nesse dia
de forte turbulência e resolveu dobrar a aposta e dar publicidade a toda uma
romaria política em busca de apoio para a compra da vacina, que hoje está
profundamente associada a sua gestão. Desafeto público de Bolsonaro, o
governador foi ao Senado munido de uma maleta com embalagens e frascos da
vacina e posou para fotos ao lado de senadores. Mais cedo, havia proposto dar
uma entrevista coletiva na residência do presidente da Câmara dos Deputados,
Rodrigo Maia, num movimento claro de inclusão do Congresso na disputa. Mas não
foi bem-sucedido. Maia não recebeu o governador, alegando estar indisposto. Por
fim, Doria divulgou o ofício que havia recebido de Pazuello no dia anterior se
comprometendo com a compra da vacina chinesa.
A atitude de Bolsonaro não foi uma surpresa. O
presidente é conhecido por nutrir posições negacionistas sobre a gravidade da
pandemia e por defender receitas de cura sem amparo científico. Também são
amplamente conhecidos sua implicância ideológica com a China e seu hábito de
interferir em políticas anunciadas pelo Ministério da Saúde. O ex-ministro Luiz
Henrique Mandetta contou que, no período em que comandou a pasta, embora ainda
não houvesse discussões avançadas sobre a vacina, sempre que a palavra China
era evocada uma confusão se armava. Mandetta relatou que não era incomum que se
referissem, no Palácio do Planalto, ao embaixador chinês como “agitador
comunista”. “Eles tinham uma paranoia de que o embaixador chinês tinha estado
no Chile e na Argentina e trabalhava para fazer agitações de esquerda.” Também
havia restrições a qualquer agenda que envolvesse o governador de São Paulo. “O
problema dele é o entorno, são os terraplanistas, a rede social, gente que não
tem a menor noção de como se faz uma vacina. O Butantan não começou no governo
Doria. É um instituto importantíssimo. Bolsonaro tinha de estar parabenizando o
trabalho deles.”
No governo paulista, há algumas semanas já se discutia
que a disputa política entre presidente e governador poderia azedar as
negociações com o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan, dirigido por
Dimas Covas. Nas palavras de um integrante da linha de frente do combate ao
coronavírus no estado, “Bolsonaro não ia querer jogar água no moinho do Doria”.
Segundo ÉPOCA apurou, em uma das reuniões realizadas às sextas-feiras entre
estado de São Paulo, prefeitura de São Paulo, Comitê do Novo Coronavírus e o
Butantan, Dimas Covas fez um retrato preocupante das negociações. Na ocasião,
Doria avaliou que o ministério estava tentando ganhar tempo e que o estado
precisava pensar numa alternativa para custear a compra. O plano B seria fazer
uma vacinação apenas da população paulista, caso a vacina fosse realmente
aprovada e Bolsonaro resistisse em usá-la. O problema é de onde viria o
dinheiro para comprar as doses. O plano A é que o Ministério da Saúde compre os
46 milhões de doses que o laboratório chinês entregará ao Butantan até
dezembro. O feito seria usado, indiscutivelmente, como cartada em uma possível
candidatura de Doria à Presidência em 2022.
A despeito das intenções políticas do governador de
São Paulo, comprar doses da vacina antes da aprovação final tem sido uma tática
adotada por outros países. Diante do cenário anômalo criado por uma pandemia
sem precedentes, os critérios de prazos e apostas variam em relação ao que era
tido como “normal” até então. Por isso, não soa estranho que, em alguns casos,
a produção e compra de vacinas aconteça mesmo antes da confirmação de eficácia.
“Partir para a produção industrial é uma postura correta porque não vai ser
nada fácil, depois de uma aprovação, começar a produzir do zero. Isso
demandaria ainda compra de reagente, adaptação da produção. O prejuízo de
descartar (vacinas que eventualmente não sejam aprovadas) parece um mal menor”,
explicou o epidemiologista Paulo Lotufo, professor da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (USP).
O contato entre o Instituto Butantan e os chineses
aconteceu antes mesmo do estouro da pandemia do coronavírus. “A China é um país
de dimensões extremas e tem enfrentado problemas com o fornecimento de vacinas.
É um grande prazer para o Butantan colaborar com sua expertise no
desenvolvimento desta que é uma vacina bastante importante para o povo chinês”,
disse Dimas Covas, diretor do instituto em agosto de 2019. O número um do
Butantan estava em Wuhan, que viria a ser o epicentro da epidemia global, para
assinar uma carta de intenções com a empresa chinesa BravoVax e com a americana
Exxell BIO para o desenvolvimento de uma vacina pentavalente contra o
rotavírus.
Nessa mesma viagem, ele visitou a fábrica da Sinovac,
a gigante farmacêutica chinesa que atualmente desenvolve a vacina contra a
Covid-19. Foi uma visita sem pauta específica. O Butantan era integrante de um
grupo de laboratórios de países emergentes do qual faz parte a Sinovac e
aproveitou a viagem à China para conhecê-la. Mal sabia Covas que, meses depois,
esse contato ajudaria para um acordo rumo à vacina mais desejada do mundo.
Quase um ano depois, em 11 de junho, num clima bem
diferente e com uma cerimônia para toda a imprensa, Doria assinou a parceria
com a Sinovac para iniciar os testes da vacina CoronaVac. De lá para cá, tudo
que envolve a vacina chinesa passou a ser divulgado pessoalmente pelo
governador, como num reality show. Em setembro, foi no gabinete dele, e não no
Instituto Butantan, a assinatura do contrato com a Sinovac, desta vez para o
fornecimento de 46 milhões de doses da CoronaVac ao estado de São Paulo até dezembro
de 2020 ao custo de US$ 90 milhões. O contrato também formalizou a
transferência de tecnologia para a produção da vacina.
No dia 30 de setembro, Doria anunciou que começaria a
vacinação contra o novo coronavírus em São Paulo em 15 de dezembro. Os resultados
do teste sobre a segurança da vacina chinesa nem haviam sido divulgados, mas o
prazo estava dado em público. “Se pudermos fazer, faremos em conjunto com o
governo federal através do Ministério da Saúde. Os brasileiros de São Paulo são
tão brasileiros quanto os brasileiros de Brasília, e não há razão para
preferência ou rupturas. Se houver qualquer atitude de ordem política,
ideológica ou discriminatória em relação a São Paulo, São Paulo faz a
importação e a imunização dos brasileiros aqui”, disse Doria, em coletiva de
imprensa no Palácio dos Bandeirantes.
Não foi explicado como o governador chegou a essa
data, mas ela despertou desconfiança até entre envolvidos no processo de
combate à pandemia no estado. Na prefeitura de São Paulo, a avaliação foi de
que somente um milagre permitiria à capital paulista iniciar uma vacinação em
massa em 2020. Em outubro, o prazo foi revisto. Quando divulgado na
segunda-feira 19 que a CoronaVac é a vacina mais segura até agora contra o
coronavírus (a ocorrência de efeitos colaterais entre os participantes dos
testes foi de 35%), Doria começou a dizer que uma vacinação contra a Covid-19
acontecerá, no melhor cenário, em janeiro. Nova surpresa entre os
especialistas. “O que a pandemia tem mostrado é que todos que falaram em
prazos, seja de vacinas ou picos de infecção, erraram”, disse Lotufo, da USP.
“No caso das vacinas, existe uma série de mecanismos que não controlamos. Há
questões de insumos, de distribuição. Não é o momento de cravar prazos.”
Para a conclusão dos testes da vacina, todos os
voluntários precisam receber as duas doses previstas, o que ainda não
aconteceu, e passar por mais um período de observação de desenvolvimento de
efeitos colaterais. O protocolo do estudo prevê que serão necessários ao menos
61 casos de Covid-19 confirmados entre os voluntários para uma análise
preliminar de eficácia. O número ainda não foi atingido, admitiu na
quarta-feira 21 Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde do estado de São Paulo.
Uma segunda análise está prevista para quando o número
de infectados chegar a 151 casos. Eles serão acompanhados por um comitê de
especialistas para saber a qual grupo pertencem os participantes — se ao que
recebeu placebo ou a vacina em teste. Caso confirmado que foram do grupo placebo,
os dados podem ser apresentados para a Anvisa, que prevê ao menos 60 dias para
emitir um parecer. “Não há nenhuma data predefinida para conclusão de estudos
ou fornecimento de registro a nenhuma das vacinas em análise na agência”, disse
o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres. “Entendemos a angústia, a
ansiedade e também temos pressa. Mas (a aprovação) não será atrelada
previamente a nenhuma data”, completou.
A escolha do laboratório chinês pelo governo paulista
causa polêmica não apenas com Bolsonaro. O Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo (TCE) está analisando os termos da negociação com a Sinovac. Em julho, o
conselheiro Dimas Ramalho pediu alguns esclarecimentos ao governo e agora a
equipe técnica está debruçada sobre os documentos. O governo diz que escolheu o
imunizante chinês por algumas razões, entre elas porque o estudo da vacina pela
Sinovac estava em estágio avançado e a tecnologia empregada era compatível com
a praticada pelo Butantan.
A empresa chinesa usa uma abordagem considerada
clássica para o desenvolvimento de vacinas. Utiliza o vírus inativado do novo
coronavírus, o Sars-CoV-2, em um sistema parecido ao da vacina para a gripe,
por exemplo. A tecnologia já era dominada pelo Butantan, que produz aqui e
fornece as doses da vacina contra a gripe ao Ministério da Saúde. Se o Butantan
fosse uma fábrica de carros, seria como adaptar a produção de um modelo já
conhecido para outro novo. O know-how já estaria estabelecido. Se o novo modelo
vai andar, é outra história. “As vacinas de vírus inativado têm um aspecto de
segurança já conhecido. São feitas de modo a impedir que o vírus se multiplique
dentro do organismo”, explicou o imunologista Aguinaldo Pinto, chefe do
Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC).
Outras vacinas em testes no Brasil usam a abordagem do
vírus atenuado. A de Oxford, por exemplo, outra que está avançada, utiliza o
adenovírus, que está associado a infecções respiratórias brandas. Ele é
manipulado e modificado em laboratório para ganhar uma proteína que faz parte
do novo coronavírus. A ideia é que, quando injetado no organismo, o sistema
imunológico reconheça o adenovírus com essa parte de coronavírus e produza uma
resposta. O voluntário dos testes com a vacina de Oxford que morreu no Rio de
Janeiro estava no grupo que recebeu placebo, segundo apurações ainda não
oficiais. O uso do adenovírus como cavalo de troia é estudado em projetos de
vacinas para HIV, dengue e zika, mas até então seu uso nunca foi efetivado. Ele
é facilmente manipulável em laboratório. E cada uma das vacinas testadas
utiliza determinado adenovírus. A de Oxford é diferente da desenvolvida pela
Johnson & Johnson, que deve ser diferente da russa.
Em meio às idas e vindas na discussão política em
Brasília, um sopro de coerência veio da área técnica, representada pela Anvisa.
A direção da agência desviou o foco levantado por Bolsonaro sobre o
“passaporte” da vacina — se é chinesa ou britânica ou americana — para o que
realmente importa: sua qualidade. “Não é competência nossa fazer julgamento
(sobre compra)”, disse a diretora da agência Alessandra Bastos Soares. “Para
nós, pouco importa de onde vem a vacina ou qual é seu país de origem. Nosso
dever constitucional é fornecer a resposta de que esses produtos têm ou não têm
qualidade, segurança e eficácia. Para isso serve o certificado de boas práticas
emitido pela Anvisa”, afirmou a diretora. Na prática, é a agência que vai
determinar a eficácia da vacina chinesa ou de qualquer outro laboratório e
permitir sua aplicação no Brasil, para além de qualquer imbróglio político.
Embora a China esteja na frente na corrida global para
chegar à vacina, com quatro empresas na fase três de testes, o esforço para
acelerar a produção não se reflete em pressa para a imunização em massa de sua
população. Com o vírus basicamente erradicado no país graças a uma enorme
operação de confinamento, testagem e rastreamento iniciada a partir de janeiro,
as autoridades não consideram a vacina uma necessidade urgente para voltar ao
ritmo normal. Afinal, como demonstrou o recente feriado nacional, quando mais
de 600 milhões de pessoas aproveitaram a semana de folga para viajar sem
restrições pelo país, a China já vive uma realidade pós-Covid.
Na penúltima semana de outubro, o governo chinês
celebrou o sucesso das vacinas em fase final de testes, que teriam demonstrado
nível satisfatório de segurança e eficácia, entre as quais a CoronaVac está
inclusa. Segundo Tian Baoguo, vice-diretor do ministério da Ciência e
Tecnologia, depois de mais de 60 mil testes na China e em outros 13 países,
entre eles o Brasil, nenhum dos recipientes foi infectado e não foram
registradas reações adversas severas. Entre os efeitos colaterais, disse
Baoguo, todos foram considerados leves, como dores e hematomas no local da
injeção e febres baixas e passageiras. Apesar de as vacinas ainda estarem em
fase de testes, a China não esperou a aprovação para começar a vacinação.
Milhares de pessoas já foram vacinadas numa operação iniciada de forma sigilosa
em julho, e que só foi confirmada mais de um mês depois pelo chefe da
força-tarefa nacional da vacina do coronavírus, Zheng Zhongwei, numa entrevista
em horário nobre para a TV estatal CCTV. Por enquanto a vacinação está limitada
a “grupos especiais com necessidades urgentes”, como equipes de saúde e
estudantes que vivem no exterior, e não está disponível ao público em geral.
As vacinas, incluindo a da Sinovac, também começaram a
ser oferecidas a diplomatas estrangeiros na China, mas sem garantia de que
representam imunidade contra as medidas de contenção adotadas no país. Em um
tuíte, Simon Rabinovitch, correspondente da revista The Economist em Xangai,
disse que um diplomata europeu perguntou às autoridades se poderia sair e
entrar no país livremente caso tomasse a vacina. Resposta do governo chinês:
não, mesmo vacinados, todos serão obrigados a passar pela quarentena de duas
semanas imposta a quem chega do exterior. A oferta de tomar a vacina não
incluiu os diplomatas brasileiros na China.
De acordo com dados oficiais, a China contabiliza
pouco mais de 85 mil casos confirmados de Covid-19, com 4.634 mortes pela
doença. É um sucesso de contenção considerável, principalmente se comparado a
países onde a pandemia disparou, como o Brasil, que passou de 150 mil mortes. É
também um enorme contraste em relação ao cenário sombrio que se vislumbrava
onde tudo começou. Na semana passada, depois de dois meses sem uma única
transmissão local no país de 1,4 bilhão de pessoas, seis casos foram detectados
na cidade costeira de Qingdao, conhecida por produzir a cerveja mais famosa da
China. Em cinco dias, toda a população de 10 milhões foi testada. Muitos foram
acordados no meio da noite e entraram na fila para serem testados. Nenhum novo
caso foi revelado.
Uma vez resolvida a questão da eficácia da CoronaVac,
haverá ainda um obstáculo a transpor: João Doria defende que a vacinação seja
compulsória e Bolsonaro teima que não. Essa questão deverá ser analisada pelo
Supremo Tribunal Federal. Mas é ponto pacífico que, para qualquer ação contra o
coronavírus dar certo, um grande número de pessoas deve ser vacinado. “Temos um
movimento de hesitação à vacina que já existia e que agora, em meio à pandemia,
interage com o fenômeno das fake news e com o negacionismo da ciência. É uma
combinação explosiva”, afirmou a antropóloga Marcia Couto, professora da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
O perigo, disse, é que em vez de a preocupação se
concentrar na eficácia e complacência da vacina, entra-se em um plano
político-ideológico de quem fabrica, junto a qual instituição e governo. “A
vacina tem de ser vista como um bem e insumo de saúde pública universal e sua
efetividade como medida sanitária só vai ser atingida se alcançar um patamar
satisfatório da população”, disse a especialista, que defende a
responsabilidade do Ministério da Saúde e do governo federal na promoção da
vacinação. Não ajudam em nada declarações como a de Bolsonaro, que, na esteira
de seus seguidores que apregoam contra “a vacina chinesa”, reforça que a
vacinação é opcional. “Historicamente, epidemias só são vencidas com medidas
sanitárias coletivas, e não individuais”, contou a antropóloga. “A ciência tem
sido contaminada e pressionada por dimensões políticas, ideológicas e sociais.”
Contra isso, infelizmente, tampouco existe vacina ainda.
Por Elisa
Martins, Silvia Amorim, Marcelo Ninio, com Bruno Góes e Natalia Portinari, na Revista
Época
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