Foram encontradas em uma das sete pessoas concentrações 3x maiores
do que os níveis considerados aceitáveis pela OMS;
Amostras de cabelo de ribeirinhos indicam que eles estão consumindo
água ou alimentos contaminados;
Coleta das amostras foi realizada pelos agentes da Polícia Federal
durante a Operação Uiara.
Um
estudo realizado pelo setor técnico científico da Polícia Federal (PF) no
Amazonas identificou concentração de mercúrio no Rio Madeira até 95 vezes acima
do limite aceitável pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).
Em
amostras de água, fauna, flora e material genético de ribeirinhos, foram
encontradas em uma das sete pessoas concentrações três vezes maiores do que os
níveis considerados aceitáveis pela OMS (Organização Mundial da Saúde). De
acordo com o relatório, amostras de cabelo de ribeirinhos indicam que eles
estão consumindo água ou alimentos contaminados e concentrando o metal pesado
nos tecidos corporais.
O
mercúrio é utilizado no processo de separação do ouro de outros sedimentos que
são sugados do fundo do rio com o uso de dragas.
A
coleta das amostras foi realizada pelos agentes da Polícia Federal durante a
Operação Uiara, que destruiu 131 dragas de garimpo ilegal entre os dias 27 e 29
de novembro.
As
amostras de água e sedimento mostram indicadores de contaminação ambiental e
confirmam o lançamento dos contaminantes a partir das balsas, lançados na
superfície no processo de explotação do ouro e principalmente no rejeito da
atividade.
As
folhas analisadas indicam que pode haver contaminação da vegetação às margens
do rio Madeira, podendo alcançar, inclusive, pequenas lavouras.
A
inalação do gás emitido pelo mercúrio ou o consumo de água e peixes
contaminados com o produto podem causar distúrbios graves, como problemas
neurológicos e insuficiência renal.
Ao
Estadão, o superintendente da PF no Amazonas, Leandro Almada, disse que os
dados confirmam a gravidade das atividades clandestinas. "Os resultados
desse primeiro laudo nos determinam a continuidade em 2022 das operações no
Madeira e a sua extensão a outros locais de garimpo ilegal no Amazonas, como os
rios Jutaí, Japurá e afluentes."
A
Polícia Federal ainda realiza estudos técnicos de outras amostras que foram
colhidas na região de Humaitá (AM) e de Porto Velho (RO), cidades que também
são cortadas pelo rio Madeira.
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