Poluição do ar, desmatamento, extinção de espécies, degradação do solo e superpopulação representam grandes ameaças, que devem ser resolvidas para que o planeta continue sendo um lar para todas as espécies.
1.
Poluição do ar e mudanças climáticas
O
problema: a atmosfera e os oceanos estão sobrecarregados de
carbono. O CO2 atmosférico absorve e reemite radiação infravermelha, o que faz
com que o ar, os solos e as águas superficiais dos oceanos fiquem mais quentes
– em princípio, isso é bom: o planeta estaria congelado se isso não
acontecesse.
Mas há muito carbono no
ar. A queima de combustíveis fósseis, o desmatamento para a agricultura e as
atividades industriais aumentaram as concentrações atmosféricas de CO2 de 280
partes por milhão (ppm), há 200 anos, para cerca de 400 ppm. Isso é um aumento
sem precedentes, tanto em escala quanto em velocidade. O resultado:
perturbações climáticas.
O excesso de carbono é
apenas uma das formas de poluição do ar causadas pela queima de carvão,
petróleo, gás e lenha. Em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou
que os efeitos combinados da poluição do ar ambiente e da contaminação do ar
doméstico estão associados a 6,7 milhões de mortes prematuras anualmente.
Soluções:
substituir os combustíveis fósseis por energia renovável; reflorestamento;
reduzir as emissões originadas pela agricultura; alterar processos industriais.
A boa notícia é que a
energia limpa é abundante – ela só precisa ser estimulada. Muitos afirmam que
um futuro com 100% de energia renovável é possível com a tecnologia já
existente.
Mas há uma má notícia:
embora a infraestrutura de energia renovável – painéis solares, turbinas
eólicas e sistemas de armazenamento e distribuição de energia – esteja se
tornando cada vez mais comum, barata e mais eficiente, especialistas dizem que
essas tecnologias não estão sendo utilizadas no ritmo necessário para evitar
uma ruptura climática catastrófica. Dificuldades políticas e financeiras ainda
precisam ser superadas.
2.
Desmatamento
O
problema: florestas ricas em espécies estão sendo destruídas,
especialmente nos trópicos, para muitas vezes abrir espaço para a criação de
gado, para plantações de soja ou de óleo de palma, ou para outras monoculturas
agrícolas.
Cerca de 30% da área
terrestre do planeta é coberta por florestas – isso é cerca de metade do que
existia antes de o início da agricultura, 11 mil anos atrás. Cerca de 7,3
milhões de hectares de floresta são destruídos a cada ano, principalmente nos
trópicos. Florestas tropicais costumavam cobrir cerca de 15% da área terrestre
do planeta. Atualmente elas cobrem de 6% a 7%. Grande parte do que sobrou foi
degradado pela derrubada de árvores ou queimadas.
As florestas naturais não
atuam apenas como reservas da biodiversidade, eles também são reservatórios que
mantêm o carbono fora da atmosfera e dos oceanos.
Soluções:
conservar o que resta das florestas naturais e recuperar as áreas degradadas
com o replantio de espécies arbóreas nativas. Isso exige um governo forte – só
que muitos países tropicais ainda estão em desenvolvimento, têm populações
crescentes, carecem de um Estado de Direito e sofrem com nepotismo generalizado
e corrupção quando se trata do uso da terra.
3.
Extinção de espécies
O
problema: em terra, animais selvagens estão sendo caçados até a
extinção para a obtenção de carne, marfim ou para a produção de produtos
"medicinais". No mar, grandes barcos de pesca industrial, equipados
com redes de arrastão ou de cerco, estão dizimando populações inteiras de
peixes. A perda e a destruição de habitat também é um fator importante para a
onda de extinção – algo sem precedentes se for considerado que ela está sendo
causada por uma única espécie: a humana. A Lista Vermelha da União
Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) de espécies ameaçadas
continua a crescer.
Espécies não apenas têm o
direito de existir, elas também fornecem produtos e "serviços"
essenciais para a sobrevivência humana. Um exemplo são as abelhas e seu
trabalho de polinização, necessário para o cultivo de alimentos.
Soluções:
esforços conjuntos devem ser feitos para evitar a diminuição da biodiversidade.
Proteger e recuperar habitats é apenas um lado da questão – combater a caça e a
pesca ilegais e o comércio de vidas selvagens é outro. Isso deve ser feito em
parceria com populações locais, para que a conservação da vida selvagem seja do
seu interesse, tanto social como econômico.
4.
Degradação do solo
O
problema: a exploração excessiva das pastagens, as monoculturas,
a erosão, a compactação do solo, a exposição excessiva a poluentes, a conversão
de terras – a lista de maneiras como os solos estão sendo danificados é longa.
Cerca de 12 milhões de hectares de terras agrícolas são degradados seriamente
todos os anos, de acordo com estimativas da ONU.
Soluções:
há uma vasta gama de técnicas de conservação e restauração do solo, como
plantio direto, rotação de culturas e a construção de "terraços" para
controle da erosão pluvial. Considerando que a segurança alimentar depende da
manutenção dos solos em boas condições, é provável que esse desafio seja
solucionado no longo prazo. Ainda é uma questão em aberto, porém, se isso vai
beneficiar igualmente todas as pessoas ao redor do globo.
5.
Superpopulação
O
problema: a população humana continua a crescer rapidamente em
todo o mundo. A humanidade começou o século 20 com 1,6 bilhão de pessoas. Hoje
são cerca de 8 bilhões. Estimativas indicam que a população mundial crescerá
para quase 10 bilhões até 2050. A combinação de crescimento populacional com
ascensão social está pressionando cada vez mais os recursos naturais
essenciais, como a água. Grande parte desse crescimento está ocorrendo no
continente africano e no sul e leste da Ásia.
Soluções: a
experiência tem mostrado que quando as mulheres têm o poder de controlar a sua
própria reprodução e ganham acesso à educação e a serviços sociais básicos, o
número médio de nascimentos por mulher cai significativamente.
Se forem feitos
corretamente, sistemas de assistência podem tirar mulheres da pobreza extrema,
mesmo em países onde a atuação do Estado permanece deficiente.
DW