A renda e a posição socioeconômica têm grande influência sobre a capacidade de leitura e aprendizado dos jovens - e essa desigualdade é mais acentuada no Brasil do que em grande parte do mundo, aponta a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em seu relatório Education at Glance.
Por sua vez, a capacidade de leitura e
interpretação de textos afeta a habilidade dos jovens em se desenvolverem
social e profissionalmente e exercerem sua cidadania.
A OCDE usa como base comparativa os
resultados de leitura do Pisa 2018, o exame internacional aplicado pela
entidade em jovens de 15 anos nos 38 países-membros do grupo e em Argentina,
Brasil, China, Índia, Indonésia, Rússia, Arábia Saudita e África do Sul.
'Nativos digitais' não sabem buscar
conhecimento na internet, diz OCDE
A habilidade de leitura é definida pela
OCDE como a "capacidade de entender, usar e refletir sobre textos escritos
de modo a conquistar objetivos, desenvolver conhecimento e potencial e
participar da sociedade".
Em uma escala de 1 a 6, o nível de
leitura considerado básico é o 2 - estágio em que os estudantes "começam a
demonstrar competências que vão lhes permitir participar de modo efetivo e
produtivo na vida como estudantes, trabalhadores e cidadãos".
No Pisa 2018, os alunos brasileiros
pontuaram, em média, 413 em leitura (para efeitos comparativos, a China, que
encabeça o ranking, pontuou 555 nesse quesito), mantendo-se praticamente
estagnado na última década.
E essa média esconde disparidades
sociais, que foram exploradas no relatório apresentado nesta quinta.
No Brasil, diz a OCDE, a proporção de
jovens da camada mais pobre que conseguiu alcançar o nível 2 em leitura do Pisa
foi 55% menor do que a de jovens brasileiros de renda mais alta.
Essa disparidade é 26 pontos
percentuais superior à média dos países da OCDE, de 29%, onde também se observa
desigualdade em leitura entre alunos ricos e pobres.
"Entre os fatores que influenciam
o desempenho na educação, o status socioeconômico tem o maior impacto nas
habilidades de literacia dos jovens de 15 anos, mais do que seu gênero ou país
de origem", diz o relatório Education at Glance.
No Brasil, porém, observou-se "uma
das maiores disparidades de performance entre os países que têm dados
disponíveis", prossegue o texto.
O tema havia sido abordado pela OCDE em
maio deste ano, quando a entidade divulgou que, no Brasil, apenas um terço
(33%) dos estudantes havia sido capaz de distinguir fatos de opiniões em uma
das perguntas aplicadas no Pisa.
Na ocasião, o diretor de educação da
OCDE, Andreas Schleicher, também se disse preocupado com o aumento no
"abismo cultural" entre estudantes de classes sociais mais
avantajadas e os mais pobres em todo o mundo.
Enquanto entre os estudantes mais ricos
o número de livros em casa se manteve estável entre 2000 e 2018, esse número
caiu consideravelmente entre os estudantes mais pobres globalmente.
O status socioeconômico segue tendo
impacto na vida dos jovens ao diminuir seu acesso ao ensino superior e, desse
modo, deixá-los mais vulneráveis ao desemprego, prossegue o relatório.
Estudantes em biblioteca
Mulheres estudam mais, mas têm menos
emprego
O relatório lançado pela OCDE nesta
quinta aborda diferentes aspectos da desigualdade na educação global, desde
questões de gênero até os impactos da pandemia no ensino.
No caso do Brasil, um dos pontos
destacados é o fato de as mulheres terem, em média, mais tempo de educação que
os homens, mas enfrentarem barreiras adicionais no mercado de trabalho.
Embora mais mulheres brasileiras de 25
a 34 anos tenham diplomas do ensino superior do que homens (27% contra 20%,
segundo dados de 2018), elas têm mais probabilidade de estarem desempregadas do
que eles.
A OCDE cita que, enquanto 85% dos
homens com ensino superior estavam empregados no Brasil em 2018, entre as
mulheres com a mesma qualificação essa taxa era de 77%.
Essa disparidade foi acentuada na
pandemia, conforme um estudo recente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada), que apontou que mulheres estavam, junto a negros e jovens, entre os
grupos mais vulneráveis ao desemprego no país.
Gastos com educação
No que diz respeito a gastos na educação,
segundo os dados de 2018, o Brasil gastou porcentagem do PIB (5% na época)
semelhante à média da OCDE.
No entanto, quando se observa o gasto
por aluno (da educação básica até o ensino superior), ele é de apenas um terço
da média gasta pelos países da OCDE: US$ 3,2 mil por estudante anualmente,
contra US$ 10 mil por estudante na média da OCDE.
Os dados mais recentes apontam uma
redução nos investimentos na educação básica pública do país: segundo o Anuário
do setor, produzido pela entidade Todos Pela Educação, Estados e municípios
brasileiros gastaram R$ 21 bilhões a menos em 2020 em relação ao ano anterior -
e essa redução de gastos ocorreu justamente durante a pandemia, quando o setor
enfrentou desafios sem precedentes.
Nesta quarta-feira (16/9), o Senado
aprovou em primeiro turno uma PEC (proposta de emenda constitucional) que
isenta de responsabilidade gestores públicos que não tenham investido o
percentual mínimo de 25% de receitas com educação em 2020, por conta da
pandemia. O texto da ainda precisa ser votado em segundo turno e seguir à
Câmara dos Deputados.
Defensores alegam que o ajuste é
necessário por conta da queda de arrecadação e desequilíbrio fiscal na
pandemia; críticos, porém, afirmam que a proposta abre perigosos precedentes,
traz retrocessos a um setor já duramente abalado pelo tempo de aula perdido
durante o fechamento das escolas e "premia" gestores que não se
dedicaram à educação em um momento crítico como o da implementação do ensino
remoto.
BBC News (com adaptações)
---------
No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Coleção As mais belas lendas dos índios da Amazônia” e acesse os 24 livros da coleção. Ou clique aqui.
No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Antônio Carlos dos Santos" e acesse dezenas de obras do autor. Ou clique aqui.
Clique aqui para acessar os livros em inglês. |
-----------
Para saber mais, clique aqui. |
Para saber mais, clique aqui. |
Coleção Greco-romana com 4 livros; saiba aqui. |
Coleção Educação e Democracia com 4 livros, saiba aqui. |
Coleção Educação e História com 4 livros, saiba mais. |
Para saber sobre a Coleção do Ratinho Lélis, clique aqui. |
Para saber sobre a "Coleção Cidadania para crianças", clique aqui. |
Para saber sobre esta Coleção, clique aqui. |
Clique aqui para saber mais. |
Click here to learn more. |
Para saber mais, clique aqui. |
Para saber mais, clique aqui. |
Para saber mais, clique aqui. |
Para saber mais, clique aqui. |
- - - -
No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Coleção As mais belas lendas dos índios da Amazônia” e acesse os 24 livros da coleção. Ou clique aqui.
No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Antônio Carlos dos Santos" e acesse dezenas de obras do autor. Ou clique aqui.
Clique aqui para acessar os livros em inglês. |
-----------
Para saber mais, clique aqui. |
Para saber mais, clique aqui. |
Coleção Greco-romana com 4 livros; saiba aqui. |
Coleção Educação e Democracia com 4 livros, saiba aqui. |
Coleção Educação e História com 4 livros, saiba mais. |
Para saber sobre a Coleção do Ratinho Lélis, clique aqui. |
Para saber sobre a "Coleção Cidadania para crianças", clique aqui. |
Para saber sobre esta Coleção, clique aqui. |
Clique aqui para saber mais. |
Click here to learn more. |
Para saber mais, clique aqui. |
Para saber mais, clique aqui. |
Para saber mais, clique aqui. |
Para saber mais, clique aqui. |