Dissertar sobre um tema
predeterminado não é um bicho de sete cabeças, tampouco é algo que se tira de
letra da noite para o dia. A tão sonhada nota máxima na redação do Enem costuma
vir através de um esforço de anos, fruto de um pacote de conhecimentos. O hábito
da leitura e o exercício constante da produção de textos fazem diferença,
sobretudo em um exame em que o aluno faz sob pressão de obter um resultado
satisfatório.
Apresentar clareza e coesão na exposição das ideais
relacionadas ao assunto em questão são desafios que os estudantes enfrentam
tanto nos vestibulares quanto nos mais diversos concursos.
Para ter sucesso nesta empreitada, não dá para cogitar a
possibilidade de conquistar o 10 graças a um rompante de inspiração. Os
colégios Pensi e Marista São José, com unidades na Tijuca, têm um planejamento
de incentivo à escrita que começa bem antes da chegada ao ensino médio.
Coordenador do ensino fundamental (anos finais) e do
ensino médio do Colégio Pensi, o professor Rodrigo Retka explica como a produção
de texto é desenvolvida na instituição:
— Compreendemos que a escrita se desenvolve com
dedicação, prática e incentivo. É de senso comum que a leitura colabora no
desenvolvimento da comunicação, principalmente da escrita, então os nossos
alunos e alunas, a partir do 4º ano do ensino fundamental, têm um tempo voltado
para produção textual em sua grade. A partir do 6º ano há a disciplina Redação;
e, nos anos finais do ensino fundamental, a oficina literária. Ainda promovemos
concursos literários. Com a chegada ao ensino médio, a prática e o estudo da
redação não apenas cumpre seu dever de desenvolver a capacidade comunicativa e
argumentativa de nossos estudantes, mas também foca em seus resultados futuros
nos vestibulares e no Enem.
Vice-diretora educacional do Colégio Marista São José, na
Tijuca, Rosana Muniz Soares destaca o incentivo à produção de texto desde os
primeiros anos de estudo.
— O trabalho de leitura e escrita no Marista começa na
educação infantil e vai até o 3º ano do ensino médio. Nós oferecemos aulas de
produção textual, mas a escrita e a leitura são trabalhadas em todas as
disciplinas, sempre apresentando aos estudantes os diferentes gêneros de
escrita. Todos os professores observam e trabalham aspectos como fluência,
coesão e gramática — diz.
No Pensi, o incentivo à produção textual não fica
restrito à sala de aula.
— Utilizamos a tecnologia ao nosso favor. A redação
on-line entrou na escola nos tempos de distanciamento social, mas se mostrou
uma ferramenta extremamente valiosa, pois facilita muito a vida de estudantes e
professores. Os nossos alunos são estimulados a produzir redações
quinzenalmente, e contamos com uma banca de correção que trabalha de forma
totalmente digital. Com isso, os estudantes têm suas aulas regulares de redação,
mas também recebem propostas para escreverem em casa— detalha Retka.
Regiane Jesus, O Globo
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