“(...)
o ensaio que aborda as transformações trazidas pela informatização do cotidiano
do ponto de vista jurídico, econômico e comportamental (...)”
Advogado, escritor e ex-ministro da Cultura no governo
Itamar Franco, Luiz Roberto Nascimento Silva já havia abordado as
transformações da era digital em diversos artigos e em livros como “A nova
peste e outros ensaios” (2013). Com a interrupção de sua rotina de trabalho
entre Rio e Belo Horizonte pelo isolamento causado pela pandemia da Covid-19,
em março do ano passado, o tema voltou a deter sua atenção, a partir da
observação da rapidez com que as fronteiras entre o real e o virtual passaram a
ficar cada vez mais borradas, acelerando em alguns anos um processo que já se
mostrava irreversível.
Da constatação surgiu o recém-lançado “O cavalo de
Troia digital: A quarta revolução industrial” (FGV Editora), ensaio que aborda
as transformações trazidas pela informatização do cotidiano do ponto de vista
jurídico, econômico e comportamental. A alegoria do título (que também remete a
um dos mais conhecidos vírus digitais) nos transforma em troianos
contemporâneos encantados com o cavalo — a internet — que, ao mesmo tempo, é
dádiva e armadilha.
— Fui buscar essa imagem na “Ilíada”, de Homero, por
traduzir bem aquelas situações em que a diferença entre o remédio e o veneno
está na dose — comenta Nascimento Silva . — No início, a internet foi um
presente que possibilitou coisas incríveis, um nível de comunicação jamais
visto. Depois nos deparamos com o poder das big techs e toda a desinformação
que enfraqueceu as democracias e instituições pelo mundo.
O autor situa a era digital como a quarta etapa da
revolução industrial, ressaltando que, diferentemente do que aconteceu nos
momentos anteriores, nos séculos XVIII e XIX e na década de 1970, a
transformação atual não gerou o mesmo volume de empregos dos que desapareceram
com as mudanças tecnológicas.
— Em cada um desses processos históricos, após os
problemas iniciais houve geração de empregos e melhoria das condições de vida.
Agora, as ocupações criadas pela tecnologia digital não substituem os postos de
trabalhos extintos ou precarizados — compara . — Mas não é uma questão de lutar
contra o digital, esse processo é irreversível. O que não significa que não
possa ser aperfeiçoado.
Outro problema seria a gigantesca concentração de
capital em poucas empresas e práticas de monopólio que, para o autor, só teriam
paralelo na história recente na segunda metade do século XIX, quando magnatas
como John D. Rockefeller ou J. P. Morgan dominavam, respectivamente, todo o
petróleo ou o sistema bancário americano.
— Não há economia que resista mais a intervenções no
setor privado do que a americana. Mas na virada do século XIX para o XX os EUA
entenderam que era preciso corrigir as distorções para salvar o mercado. Ao
contrário das previsões da época, todos estes setores saíram fortalecidos com a
legislação antitruste — observa Nascimento Silva. — Também começamos a ver um
processo de regulação para as big techs, que estão sendo mais cobradas pela
concentração de poder e a disseminação de fake news.
A onda de desinformação nas redes sociais mereceu três
capítulos do livro, dentro da parte intitulada “A proteção ao cidadão”.
Nascimento Silva destaca que a luta contra as fake news não deve invalidar o
direito à livre expressão, mas que este limite não pode ser estendido à
difamação injuriosa ou na sua utilização no processo político. Mesmo em um
contexto de ataques à ciência e ao noticiário profissional, o autor acredita
que o jornalismo sairá fortalecido:
— Mesmo com uma circulação gigantesca de notícias
falsas, em meio à pandemia as pessoas sentiram necessidade de fontes seguras de
informação. E é curioso ver como os canais de desinformação tentam emular os
signos do jornalismo tradicional para garantir credibilidade.
Desmonte da cultura
Ministro da Cultura entre 1993 e 1994 e responsável
pela elaboração e implementação Lei do Audiovisual, Nascimento Silva acompanha
com apreensão o setor, cuja pasta foi transformada em secretaria em 2019:
— O momento atual me faz lembrar o desmonte da
primeira fase do governo Collor. Se bem que ele corrigiu isto posteriormente ao
convidar o Sérgio Paulo Rouanet (em 1991), que transformou o mercado com a lei
que levou o seu nome. É muito triste ver hoje essa perseguição primitiva e
injustificável contra o setor cultural, o desrespeito contra os artistas.
“O cavalo de Troia digital: A quarta revolução
industrial”Autor: Luiz Roberto Nascimento Silva. Editora: FGV Editora. Páginas:
164. Preço: R$ 39.
Nelson Gobbi, O Globo
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