O Brasil precisa de um investimento total de R$ 110
bilhões até 2035 na infraestrutura de produção e distribuição de água para
garantir o acesso.
É o que aponta a segunda edição do Atlas Águas, levantamento feito pela
Agência Nacional de Águas (ANA).
Esse montante contempla a construção de novas estruturas e a reposição das
que já existem, incluindo ações para reduzir as perdas de água e melhorar a
gestão dos sistemas para garantir a segurança hídrica das cidades do país.
Atualmente, com a seca no centro-sul, várias cidades já enfrentam racionamento
de água.
O trabalho avaliou, entre outros itens, a capacidade dos sistemas nas
cidades, o desempenho da produção de água potável e da rede de distribuição e a
vulnerabilidade dos mananciais.
Neste último quesito, o Atlas concluiu que 44% das cidades têm fontes de
captação de água vulneráveis a eventos climáticos críticos, como secas e
mudanças climáticas.
Do total de investimentos estimados, 76% são demandas das regiões Sudeste
e Nordeste, que concentram o maior contingente populacional do país.
Só 7 milhões têm segurança hídrica máxima
Levando em consideração os parâmetros do Plano Nacional de Segurança
Hídrica (PNSH), o Atlas apresenta um novo índice para medir o nível de garantia
de acesso a água tratada em diferentes regiões diante das recentes crises
hídricas.
O levantamento apontou que apenas 7 milhões de brasileiros vivem em
cidades com segurança hídrica máxima. Somente 667 cidades contam com um sistema
de abastecimento de água capaz de garantir o fornecimento.
Há pouco mais de 50 milhões de brasileiros vivendo em cidades com baixa ou
mínima segurança hídrica. São 785 cidades nessa condição.
Outros 77,3 milhões de brasileiros vivem nas 1.975 cidades classificadas
com segurança hídrica média quanto ao seu sistema de abastecimento de água. Em
22% das cidades os sistemas de distribuição têm alto índice de perdas.
Plano para
recuperar reservatórios
Nesta segunda-feira, a diretoria da ANA aprovou um plano de contingência
para recuperação dos principais reservatórios de água do país, principalmente
os de usinas hidrelétricas, informou a Agência Brasil.
O objetivo da medida é aproveitar o período chuvoso, que vai de dezembro
deste ano a abril de 2022, e garantir a recuperação dos níveis para os anos
seguintes.
O plano define vazões defluentes máximas que devem ser praticadas durante
o período chuvoso nos reservatórios de Serra da Mesa, Três Marias, Sobradinho,
Emborcação, Itumbiara, Furnas, Marechal Mascarenhas de Moraes, Jupiá e Porto
Primavera. Novos reservatórios poderão ser incluídos nas medidas de
contingência.
A agência informou que as regras serão comunicadas ao Operador Nacional do
Sistema Elétrico (ONS) para adoção no Sistema Interligado Nacional (SIN). A
implementação das medidas será acompanhada por meio de boletins e sala de crise
específicas.
O Globo e
Agência Brasil
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