Cidades inteligentes, saúde e rural devem ser as áreas prioritárias para
iniciativas e políticas públicas que visem ao desenvolvimento da internet das
coisas no Brasil, conforme definição apontada na segunda etapa do estudo
técnico Internet das Coisas: um plano de ação para o Brasil,
divulgada no Rio de Janeiro, realizado sob a coordenação do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
As conclusões finais do estudo vão subsidiar o Plano Nacional de Internet das Coisas, que deve ser anunciado pelo governo até o fim deste ano. Terão prioridade também os segmentos de petróleo e gás e mineração, dentro das indústrias de base; e têxtil e automotivo, na indústria manufatureira. Segundo o BNDES, a seleção atendeu aos fatores de relevância dos segmentos para a economia nacional e pelos projetos inovadores em curso.
As conclusões finais do estudo vão subsidiar o Plano Nacional de Internet das Coisas, que deve ser anunciado pelo governo até o fim deste ano. Terão prioridade também os segmentos de petróleo e gás e mineração, dentro das indústrias de base; e têxtil e automotivo, na indústria manufatureira. Segundo o BNDES, a seleção atendeu aos fatores de relevância dos segmentos para a economia nacional e pelos projetos inovadores em curso.
Em paralelo, foram definidas frentes de trabalho que estão presentes em
todos os segmentos. Entre elas estão capital humano; investimento,
financiamento e fomento; ambiente de negócios; governança e
internacionalização; infraestrutura de conectividade; aspectos regulatórios;
privacidade de dados; e segurança de dados.
O estudo tem financiamento do BNDES e é realizado por um consórcio
liderado pela consultoria McKinsey, com a participação da Fundação Centro de
Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (Fundação CPqD) e do escritório
de advocacia Pereira Neto Macedo.
A terceira e última fase do estudo técnico está prevista para ser
concluída em setembro. Ela deverá definir os planos de ação de cada frente de
trabalho sugerida para o Plano Nacional de Internet das Coisas, informou o
BNDES por meio de sua assessoria de imprensa.
Por Alana Gandra, da Agência Brasil
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Giordano Bruno, o homem executado na fogueira do Santo Ofício por revelar que o universo é infinito
17 de fevereiro de 1.600 é uma data fatídica. Neste dia, um herege foi executado no Campo das Flores, em Roma. Giordano Bruno foi aprisionado, torturado e, após dois julgamentos, condenado a morrer na fogueira do Santo Ofício. Seu crime? Acreditar na ideia de que o universo é infinito, de que ao redor de cada estrela gravitam planetas, e na concepção de que cada planeta irradia vida.
Ex monge dominicano, nos oito anos em que padeceu na prisão foi submetido a todo tipo de violência e opressão para que se retratasse, renegando suas convicções. O brutalizaram em vão. A congregação católica não logrou o êxito que obteria, poucos anos depois, com Galileu Galilei. Este, para não morrer na fogueira, teve que, de joelhos, abjurar toda a sua consistente obra científica e filosófica.
A ortodoxia da Igreja Católica de então concebia a terra como um planeta único no universo, resultado da intervenção direta de Deus. Um axioma que – em hipótese alguma – poderia ser questionado.
Mas, Giordano Bruno descortinou, antes da invenção do telescópio, a infinitude do universo. E que na imensidão do cosmos, existia não um, mas um número infinito de planetas. Sendo assim – questionaram os guardiões da fé – “cada planeta teria o seu próprio Jesus? Heresia! Blasfêmia! Sacrilégio! ”.
Suas ideias, formulações e livros foram proibidos, incinerados e incluídos no Index Librorum Prohibitorum, o Índice dos Livros Proibidos.
Num ato de misericórdia, os condenados, antes de arderem no fogo da santa fogueira, eram estrangulados e mortos. Mas com Giordano Bruno foi diferente. Suas formulações representavam uma ameaça de tal dimensão aos alicerces da doutrina católica que a sentença estabeleceu que morresse diretamente em decorrência das chamas, línguas de fogo e labaredas originárias da fogueira. Seu pecado? Declarar que a terra não era o único planeta criado por Deus.
Este é o esteio de onde emerge a peça teatral “Giordano Bruno, a fogueira que incendeia é a mesma que ilumina”.
A trama se desenrola no intervalo entre a condenação do filósofo italiano e a aplicação da pena de morte. A ficção contextualiza o ambiente de transição entre a baixa idade média e a idade moderna. O ambiente de ‘caça às bruxas’, o absolutismo e o autoritarismo políticos, a corrupção endêmica, o feudalismo e a ascensão da burguesia, a ortodoxia e os paradigmas religiosos, o racionalismo e o iluminismo compõem o substrato por onde se movimentam as personagens da peça.
O conselheiro do papa Clemente VIII, o octogenário Giovanni Archetti, comanda - do Palácio do Vaticano - uma intrincada rede de corrupção e, através dela, planeja desposar a mais bela jovem da Europa, Donabella de Monferrato. A formosa mulher admira e integra um grupo de seguidores de Giordano Bruno. Para convencê-la acerca do matrimônio, o poderoso velhaco tenta ludibriá-la e mente, afirmando que promoverá a revisão do julgamento do famoso filósofo, anulando a pena de morte imposta. Sem ser correspondido, o poderoso Giovanni Archetti ama Donabella, que é amada pelo noviço Enrico Belinazzo, um jovem frade de corpo atlético que, por sua vez, é amado pelo vetusto padre Lorenzo, o diretor do seminário.
De modo que conflitos secundários são explorados evidenciando os paradigmas da baixa idade média, os fundamentos dos novos modelos, dos novos arquétipos que surgiam em oposição ao poder do imperador do Sacro Império, do Papa e dos reis; o ocaso do feudalismo, suplantado pela burguesia que emerge como a nova classe dominante; a degeneração da política e a degradação moral e dos costumes.
Adentre este universo povoado por conflitos, disputas, cizânias e querelas. Um enredo que, lançando mão de episódios verídicos da narrativa histórica, ambienta novelos densos e provocativos instigando os leitores a responder se o autoritarismo e a corrupção que vincaram o interim entre os séculos XVI e XVII não seriam equivalentes – em extensão, volume e vilania - aos verificados nos dias de hoje.
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