Às vezes as pessoas
perdem oportunidades de realizar sonhos e deixam de fazer coisas importantes
por acreditarem estar ‘muito velhas’. A verdade, no entanto, é que não existe
um limite de idade para fazer o que temos vontade. Um ótimo exemplo disso é Juscelina
Maria Cruz Madalena, a Dona Nena, de Foz do Iguaçu, PR.
Aos 65 anos ela
cursa o 1º ano do ensino fundamental ao lado de 22 crianças que tem entre seis
e sete anos de idade na Escola Municipal Monteiro Lobato. Na infância ela foi
proibida de estudar pelo pai, que precisava da ajuda dela na lavoura, e depois
pelo marido, mas ela nunca desistiu do sonho de aprender a ler e escrever.
Já separada e tendo
o apoio dos filhos, ela finalmente tomou coragem e começou a frequentar a
escola.
A história de Dona Nena
viralizou após ser publicada na página do Facebook ‘Que História é Essa?’ pela
jornalista Izabelle Ferrari. Ela soube do fato através de seu primo João Vitor,
de seis anos, que é colega da idosa na escola. Sua curiosidade a fez querer
conhecer Dona Nena e foi o que fez.
O resultado do
encontro com Dona Nena foi narrado no post que teve mais de 28 mil curtidas e
centenas de comentários de pessoas que se emocionaram com o relato.
Leia o post
divulgado nas redes sociais na íntegra:
“- “João…” – eu,
falando com meu priminho de seis anos.
– “Ã?”
– “É verdade que
você tem uma coleguinha de 65 anos na sala de aula?”
– “Sim” – ele está
no 1º ano do ensino fundamental.
– “Ah, é?”
– “É a dona Nena.”
– “E como ela é?”
– “Velha.”
– “Humm… e o que
ela fica fazendo na sala?”
– “Escrevendo o que
a professora põe no quadro.”
– “E por que será
que ela faz isso, João?”
– “Ela quer saber
ler.”
Quando uma história
dessas chega ao meu ouvido soa como provocação.
Fui conhecer a dona
Nena.
Escola Municipal
Monteiro Lobato. Bairro Porto Belo, Foz do Iguaçu. 1º ano do ensino fundamental
ou primário, como preferir. Dona Nena está sentada na última carteira. Ao redor
dela 22 alunos com idades entre seis e sete anos. Ela: 65.
– “Posso falar um
pouquinho com a senhora?” – perguntei.
– “Claro, minha
filha!”
Negra, lenço
colorido na cabeça, sorriso a cada meio minuto…
– “Por que a
senhora está vindo pra escola?”
– “É que quando eu
era criança, meu pai não me deixou estudar, né? Só trabalhar na lavoura. Nós
chorava, mas ele dizia que menina muié não precisava estudar, não. E a minha
mãe dizia que estudar servia só pra escrever cartinha pros namorados.”
Cresceu analfabeta.
De letras e números. Quando casou, o marido também não permitiu que ela
estudasse.
– “Comecei a
estudar no Mobral, escondido dele,” ela contou. “Um dia ele foi fuçar na minha
bolsa e viu meu caderno e meu lápis. Perguntou se eu estava estudando. Eu disse
que tava sim. Sabe o que ele fez? Pegou meu caderno e rasgou todinho!”
Ela largou os
estudos de vez.
Aos 65 anos, dona
Nena (separada há 20 anos) tem dois filhos. Um formado.
Veio deles o apoio.
– “Procurei a
escola municipal do bairro onde eu moro. Falei com a secretária: ‘Rose, não tem
algum estudinho pra mim aí, não?”
Rose ficou surpresa.
Achou que dona Nena não iria aguentar estudar de dia com as crianças.
Mas a candidata a
estudante primária, de 65 anos, não desistiu. Foi falar com a diretora.
– “Ela disse que se
eu quisesse vir, podia vir, mas ela não acreditou que eu viria mesmo…”
Quando dona Nena
apareceu no portão, pronta pra estudar, foi um choro só!
– “Elas ficaram
emocionadas. Choravam e me abraçavam! Diziam que se todos fossem como eu, nosso
país estaria bem!”
O Conselho Escolar
– formado por pais, alunos, professores e funcionários – aprovou. A diretora
Lídia Prieve e a coordenadora Miria Zwirtes acompanham tudo de perto e a
professora, Iracy da Costa Passos, que tem a mesma idade de dona Nena, se sente
desafiada.
– “A diferença” –
explica a professora – “é que pra criança você fala uma vez e ela aprende. A
pessoa de idade você tem que repetir cinco, seis vezes. O entendimento é mais
difícil. Mas isso não atrapalha o andamento da aula. Pelo contrário. Eu vou lá
na carteira da dona Nena e explico baixinho pra ela, mas as crianças não se
aguentam: levantam e vão lá me ajudar. Aí, acabam aprendendo duas vezes!”
A coleguinha,
Yannely, de seis anos, conta como faz:
– “Eu falo as
letras que ela vai escrever. Ela aprende quase fácil, porque às vezes ela erra
um pouco a letra.”
E “ái” da dona Nena
se ela falta.
– “As crianças vão
lá em casa me buscar! kkkk”. E completa: “sonho em ser uma professora, ser uma
enfermagem… Eu quero ler pra mim abrir mais uma atividade. Nunca é tarde.
N-U-N-C-A É T-A-R-D-E! Eu fico pensando assim: meu Deus, agora tá na minha
vez!”
Hypeness
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Nesta peça teatral o autor discute as candentes questões que envolvem a educação no país, e o faz quebrando a rigidez e a complexidade dos temas enfocados, tornando-os – através de uma abordagem lúdica e criativa - de simples compreensão.
Neste contexto, são evidenciados, no enredo, problemas que estão a comprometer a educação: o volume dos recursos orçamentários alocados; a qualidade do ensino; a pedagogia modelada pela ideologia; cotas e valores; a gestão, a democratização e a sustentabilidade do sistema; dentre outros.
Para quebrar o clima que reflexões sobre assuntos de tamanha importância carregam, a trama é desenvolvida com profusão de cenas hilárias, quadros divertidos, personagens pitorescas, explorando o humor leve e inteligente, característica das comédias gregas encenadas na antiguidade.
Para quebrar o clima que reflexões sobre assuntos de tamanha importância carregam, a trama é desenvolvida com profusão de cenas hilárias, quadros divertidos, personagens pitorescas, explorando o humor leve e inteligente, característica das comédias gregas encenadas na antiguidade.
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