Atlas Histórico Brasil 500 Anos tem nova versão - Foto Divulgação CPDOC/FGV) Foto Divulgação CPDOC/FGV) |
O estudo da história do Brasil ganhou um atrativo com
informações em vários formatos. Agora, os interessados podem utilizar a nova
versão do Atlas
Histórico. Brasil 500 anos, lançada 18 anos depois da primeira
edição, publicada pela revista IstoÉ,
e ainda,com uma facilidade: todo o conteúdo elaborado por uma equipe de
pesquisadores da Escola de Ciências Sociais (CPDOC) da Fundação Getulio Vargas
(FGV), pelo jornalista e tradutor Bernardo Joffily e pela professora de
história da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) Mariana Joffily. A
nova versão está disponível na internet,.
Entre as pesquisas e a elaboração, o projeto levou três anos.
As informações se referem a períodos antes do
descobrimento do Brasil, às navegações portuguesas, à Nova República e seguem
até o segundo governo Lula, que foi a fase final das pesquisas. Para a
historiadora, como agora a versão é digital, o Atlas poderá
receber ampliações sem restrições. “É um material aberto a atualizações e
também a enriquecimentos. Se algum leitor encontrar algum verbete que não está
em determinado capítulo, a ideia é que seja interativo. A pessoa manda a
sugestão e a equipe do CPDOC acrescenta o verbete. Essa é uma questão
importante - dialogar com o usuário”, disse em entrevista à Agência Brasil.
Pré-descobrimento
Mariana Joffily chamou a atenção para o período anterior
ao descobrimento do Brasil. De acordo com a historiadora, é preciso conhecer
como foi a ocupação do território. “A primeira imagem que se tem é sobre a
ocupação das Américas. É muito importante porque temos muitos trabalhos em que
o marco zero da história do Brasil seria a vinda dos portugueses, mas se
pensarmos em ocupação do território existiam habitantes e outras coisas antes”,
disse.
O primeiro atlas histórico lançado no Brasil desde 1998
teve o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e quem quiser
acessar as informações, gratuitamente, poderá navegar em mapas, imagens,
arquivos de áudios e de vídeos e textos explicativos, desenvolvidos pelos
pesquisadores da FGV. Na nova edição, vai ser possível verificar ainda os
verbetes do Dicionário
Histórico Biográfico Brasileiro do CPDOC e itens do Acervo Histórico
do FGV/CPDOC, além de consultar o link da edição anterior.
“Pelo fato de estar na internet a gente pôde fazer
hiperlinks, ligações com outros documentos. O Atlas, na verdade, remete, para
quem quer ter material complementar, o nosso acervo histórico do CPDOC e
verbetes biográficos e de eventos, imagens, áudios de entrevistas que fizemos.
Quem clicar, por exemplo, na Nova República poderá ter informações sobre
Ulisses Guimarães ou Tancredo Neves”, contou à Agência Brasil o diretor do FGV/CPDOC, Celso Castro.
Interação dos alunos
No momento em que um dos mais frequentes pedidos dos
alunos é uma escola com programas de ensino mais envolventes, Celso Castro
destacou que o Atlas poderá servir de equipamento para os
professores em sala de aula. “É um material que ajuda a ampliar ou
contextualizar os assuntos tratados nos mapas. Democratiza muito o acesso.
Qualquer pessoa que tem acesso à internet e hoje tem acesso público também
gratuito, pode ver. A gente espera que seja muito utilizado como instrumento
auxiliar do ensino, principalmente, o médio ou o fundamental”, acrescentou.
O uso do conteúdo nas escolas pode ter ainda mais uma
atração. A projeção dos mapas e dos infográficos pode ser explorada em camadas,
com as informações sendo apresentadas aos poucos. “Na internet, você pode ir
colocando camadas diferentes, que vão incluindo em um mesmo mapa diferentes
extratos de informação. Em um Atlas físico, isso não pode ser feito, a não ser
em alguns muito caros, com folhas de plástico que podem ser folheadas em cima”,
disse.
“Há alguns fenômenos que podem ser vistos no passo a
passo. Por exemplo, a Coluna Prestes, que percorreu um 'tantão' do Brasil, vai
fazendo o histórico da Coluna e mostrando aos poucos o caminho sendo percorrido
no mapa”, acrescentou Mariana Joffily.
Recursos modernos
Para facilitar ainda mais a navegação foram usados
recursos tecnológicos para deixar os materiais como os mapas e vídeos menos
pesados para carregar. “Procuramos fazer algo que fosse acessível, útil,
fácil para disponibilizar. Ficamos muito contentes de ter feito essa
atualização do Atlas, que já tinha quase 20 anos de publicado”, lembrou.
Embora o conteúdo esteja em português, como está na
internet, o Atlas poderá ser consultado também por quem
estiver fora do país. O professor Celso Castro adiantou que no futuro será
possível que o material seja traduzido para outros idiomas. “É uma ideia
importante para uma futura reformulação, mas para quem tem interesse no Brasil
e consegue entender português também pode visitar de qualquer lugar”, afirmou.
O FGV/CPDOC foi criado em 1973 e desde então realiza pesquisas
e disponibiliza material de bens públicos relacionados à história do Brasil.
Além disso, produz material didático.
Por Cristina Índio do Brasil, da Agência
Brasil
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Como o maior escritor da humanidade - Willian Shakespeare - tratou da corrupção, a chaga que consome o Brasil contemporâneo? Veja aqui.