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Processo aumenta o interesse dos jovens pela área (Getty Images/Carol Yepes) |
Com a tecnologia
em forte evolução pelo mundo, certas disciplinas precisam entrar na área comum
da educação
Nos últimos anos, o
pensamento computacional vem revolucionando a educação no Brasil e no mundo.
Não por modismo ou pelo falho consenso de que todos os empregos do futuro
estarão voltados à tecnologia. As ciências exatas e as ciências humanas — sejam
elas digitam ou analógicas — conviverão em harmonia no mercado de trabalho por
muitas décadas ou séculos. Este padrão de aprendizagem quando aplicado na
educação é revolucionário porque foge dos padrões engessados de ensino. Em vez
de ensinar ao aluno qual a solução para todos os problemas, ele encoraja o
aluno a buscar sua própria forma de equacionar o problema.
Para falar deste assunto,
gosto muito de me usar como exemplo. Quando estava na escola, tinha muita
curiosidade — traço de personalidade que ainda carrego comigo — em entender o
desenrolar das coisas que aprendia, assistia na TV ou falava com pessoas mais
velhas e ao questionar os professores, recebia respostas como "você vai
aprender isso só na 6ª série" e "isso é só mais para frente".
Depois de muito ouvir frases assim, comecei a usar o pensamento computacional
para pesquisar, aprender e estudar por mim mesmo — eu só não sabia disso, na
época.
Não por acaso, o pensamento
computacional tem se tornado uma ferramenta onipresente nas principais
instituições de ensino voltadas à formação de profissionais para o mundo da
tecnologia e das carreiras que passam por uma revolução digital, pois com a
adoção desse modelo mental, as pessoas passam a aprender, ao invés de se ater a
velha 'decoreba'. É mais fácil entender como as coisas funcionam e, porque
foram criadas, para ser possível gastar menos tempo para aprender, construir e
melhorar o que já existe daí para frente. Mas, vamos aterrizar essa conversa e
deixar menos abstrato: modelar o pensamento computacional demanda mais tempo
para identificar padrões e entender como as coisas funcionam, do que de fato
colocá-las em prática e isso é muito legal, pois permite a aplicação de uma
solução em diferentes situações com padrão similar. É a eficiência e otimização
em sua forma mais pura.
O pensamento computacional
aplicado ao ensino nada mais é do que a incorporação de formas de pensar e
buscar conhecimento que incentivam a curiosidade e o pragmatismo para solução
de problemas. Qual a vantagem? Simples. Esse processo, quando apresentado a
crianças e adolescentes, faz com que as aulas se tornem mais interativas, mais
atrativas e, principalmente, mais divertidas. É o incentivo à criatividade no
lugar da descoberta. O pensamento computacional é uma poderosa ferramenta de
ensino e uma parceira de educadores, escolas e responsáveis. É pouco provável
que os grandes profissionais de tecnologia do futuro se tornem aptos às novas
demandas da sociedade sem que hoje tenha experienciado o pensamento
computacional.
A explicação para isso está
mais que evidente. É por meio desse processo que os alunos despertam e cultivam
o interesse pela busca do saber, usam a criatividade para resolver problemas e
se colocam como protagonistas no processo de aprendizagem. Gosto de evidenciar
que todo esse processo não precisa ser aplicado somente em modelos matemáticos,
mas também nas interações com as pessoas, afinal, existem padrões de
comportamento que podem ser mapeados.
Muitos podem se questionar
se esse é um método muito abstrato e distante da realidade da maioria dos
alunos no Brasil. Mas não é. No ensino básico, pode ser chamado também de
método de aprendizagem focado em pesquisa, na descoberta de soluções e na
construção de conhecimentos. Na jornada criativa de planejamento e
desenvolvimento de máquinas, alunos e professores aprimoram suas habilidades de
trabalho em grupo, buscando soluções e sistemas de respostas precisas a
comandos. Apenas por essas qualidades, o pensamento computacional já é um
método de ensino que merece espaço em qualquer grade educacional.
Exame, Ivan Seidel
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