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A primeira-dama dos EUA, Jill Biden, discursa na 16ª cerimônia anual do International Women of Courage (IWOC) no Departamento de Estado em Washington, DC, em 14 de março de 2022. (AFP/Leah Millis) |
Duas mulheres
latino-americanas, a promotora brasileira Simone Sibilio do Nascimento e a
defensora dos direitos humanos e ambientais da Colômbia Josefina Klinger Zúñiga
receberam nesta segunda-feira (14) o prêmio internacional "Mulheres de
Coragem" 2022, concedido pelos Estados Unidos para reconhecer lideranças
femininas excepcionais.
Ambas foram homenageadas,
juntamente com outras 10 mulheres de quatro continentes, em uma cerimônia da
qual participaram a primeira-dama, Jill Biden, e o secretário de Estado, Antony
Blinken, e que foi realizada virtualmente pelo segundo ano consecutivo devido à
pandemia de covid-19.
"Por 16 anos, esses
prêmios levantaram as vozes das mulheres em todo o mundo", disse a
primeira-dama americana, observando que seu marido, o presidente Joe Biden,
"sabe que os Estados Unidos devem liderar uma comunidade global dedicada a
acabar com a corrupção, a injustiça e brutalidade que silencia as
mulheres".
Ao comemorar as vencedoras
deste ano, Blinken destacou a luta de Sibilio do Nascimento contra a corrupção
e o contrabando e sua acusação de casos de violência de gênero e ataques a
ativistas. E elogiou o trabalho de Klinger Zúñiga para empoderar
afro-colombianos e comunidades indígenas marginalizadas.
Luta contra o crime
organizado
Sibilio do Nascimento,
procuradora do Rio de Janeiro há 18 anos, foi a primeira mulher a liderar a
unidade contra o crime organizado no estado. Anteriormente, foi delegada da
Polícia Civil e capitã da Polícia Militar.
Ela é conhecida por promover
a investigação do assassinato de Marielle Franco, a vereadora carioca vinda de
uma favela, negra e lésbica, que foi baleada em março de 2018 junto com seu
motorista, Anderson Gomes.
Klinger Zúñiga, líder social
de Chocó, uma área rural isolada no oeste da Colômbia com população
predominantemente negra e indígena e onde atuam traficantes e grupos armados
ilegais, fundou a ONG Mano Cambiada em 2006 para promover o ecoturismo
sustentável e ajudar a desenvolver a comunidade local.
Além delas, as
"Mulheres de Coragem" de 2022 incluem Rizwana Hansan (Bangladesh), Ei
Thinzar Maung (Mianmar), Tarif Sami Mohammed (Iraque), Facia Boyenoh Harris
(Libéria), Najila Mangoush (Líbia), Donia Gherman (Moldávia), Bhumika Shrestha
(Nepal), Carmen Gheorghe (Romênia), Roegchanda Pascoe (África do Sul) e Pham
Doan Trang (Vietnã), esta última presa por seu trabalho em defesa dos direitos
humanos.
Criado em 2007, o
"Prêmio Internacional Anual de Mulheres de Coragem" (IWOC) reconhece
anualmente mulheres em todo o mundo que demonstraram coragem e liderança
excepcionais na defesa da paz, justiça, direitos humanos, igualdade de gênero e
empoderamento feminino, muitas vezes em grande risco pessoal e sacrifício, de
acordo com o Departamento de Estado.
As ganhadoras são escolhidas
entre as indicadas pelas embaixadas dos Estado Unidos em todo o mundo.
ad/yow/ap/mvv, AFP
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