A ciência que criou a vacina para a Covid-19 também pode indicar os caminhos para recuperar os estragos que a pandemia causou na educação — já a partir do ano letivo de 2022, início de uma longa caminhada para retomar níveis de aprendizagem perdidos.
Na avaliação de pesquisadores educacionais, não há
geração perdida com práticas guiadas por evidências científicas.
— No mundo inteiro já há pesquisadores e métodos
estabelecidos para garantir a aprendizagem. É um campo bastante confiável —
analisa Guilherme Hirata, pesquisador da consultoria IDados.
Nesta semana, 23 redes de ensino (11 estados e 12
capitais) vão recomeçar as aulas. Dessas, 19 decidiram reabrir com encontros
presenciais e todos os estudantes. Entre elas, estão as municipais de São Paulo
e do Rio, além da estadual da Bahia e do Rio. O ano letivo de 2022 é
estratégico por ser o primeiro em que as redes voltarão com aulas 100%
presenciais após dois anos atuando majoritariamente nos sistemas remoto ou
híbrido (parte das aulas em casa, parte na escola), apesar da recente onda de
casos e mortes que voltaram a passar de mil num único dia. Para mensurar esse
problema, é possível apontar que, de acordo com pesquisadores da Universidade
do Missouri e da Universidade do Tennessee, nos EUA, a cada três meses sem
estudar, uma criança regride o que aprendeu em 30 dias de aulas.
O pesquisador do Centro de Desenvolvimento da Gestão
Pública e Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) João Marcelo
Borges considera que as perdas desse período são profundas, é preciso tempo e
trabalho focado, mas não se podem tachar essas crianças como uma geração perdida.
— Não vejo os índices educacionais voltando aos níveis
pré-pandemia na educação básica antes de um período de cinco anos. Um estudo do
Unicef e do Banco Mundial estima que só para retomar os níveis de crianças que
vivem fora da linha de pobreza, levará de sete a oito anos. Acredito que na
educação será semelhante, já que a situação socioeconômica interfere — avalia.
Ele cita, no entanto, caminhos para o começo dessa
recuperação. Um estudo de pesquisadores do Banco Interamericano de
Desenvolvimento, com alunos do 3º ano do ensino fundamental de Manizales, na
Colômbia, mostra que medidas que não requerem altos investimentos já garantem
uma melhor aprendizagem.
Uma delas é colocar mentores especializados em sala de
aula para dar reforço de leitura e alfabetização aos alunos três vezes por
semana, durante 40 minutos. Com isso, o entendimento da língua melhorou em 20%.
O experimento foi desenvolvido em 90 escolas públicas e reuniu mais de 2 mil
crianças. Apesar de ser eficiente, caso o Brasil resolvesse adotar o
procedimento, precisaria de adaptações, avalia Borges.
— A metodologia é muito eficiente pois usa o horário da
escola para realizar atividades complementares, dando a oportunidade de todos
os alunos participarem, e não sobrecarrega o professor. No Brasil, alguns
colégios aplicam esse modelo, mas é preciso expandi-lo em escala maior — diz.
A ciência aponta também que métodos modernos, como
jogos na escola, e tradicionais, como deveres de casa, podem ser
instrumentalizados de forma eficiente para que contribuam na recuperação geral.
Pesquisador da Universidade de Nova York e especialista
em inovações educacionais, Américo Amorim apontou que os jogos de aprendizagem
e brincadeiras podem estimular a leitura e a escrita precoces para crianças do
jardim de infância de baixa renda.
De acordo com o cientista, alunos que usaram os jogos
avançaram 3,6 vezes mais em leitura e 2,7 vezes mais em escrita do que crianças
que não os utilizaram. O experimento foi feito com 351 alunos de 12 escolas
públicas da Região Metropolitana de Recife em um período de apenas quatro
meses. Atualmente, a metodologia se expandiu para mais de duas mil escolas
infantis municipais.
— A gamificação não envolve apenas elementos
eletrônicos. Contagem com objetos físicos, ensinar de forma divertida a separar
e juntar sílabas, tudo isso faz diferença no aprendizado baseados em
evidências. O desafio será unir forças entre Ministério da Educação, estados e
municípios para criar metodologias que atendam as necessidades de cada grupo
escolar — defende.
Já Hirata cita um estudo de uma dupla de pesquisadores
da Max Planck Institute for Human Development, na Alemanha, que fornece fortes
argumentos de que deveres de casa interessantes e bem selecionados fazem com
que os estudantes se esforcem mais para realizar a lição e acabam se tornando
um instrumento eficaz para o aprendizado.
— Há evidências de estudos que mostram que um dever de
casa bem feito, estruturado, que converse com a sala de aula, ajuda o
desenvolvimento do aluno a recuperar aprendizagem. Talvez seja necessário algo
intensivo para os alunos com mais dificuldades — diz.
Bruno
Alfano e Pâmela Dias, Extra
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