segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Todo dia deveria ser dia de consciência negra

Viagem às raízes do Brasil negro

O Museu Afro Brasil é essencial para entender um país onde 51% da população se declara negra ou parda


Um passeio pelo Museu Afro Brasil emociona quem vai aberto a conhecer as raízes brasileiras. Com mais de 6.000 obras distribuídas em 7.000 metros quadrados, esse é o maior museu do país dedicado à cultura afro-brasileira, sediado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, em meio ao verde do Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Lá, ícones nacionais como o escritor Machado de Assis, o abolicionista Luiz Gama e o guerrilheiro Carlos Marighella ganham rostos. E, para a surpresa de muitos ainda hoje, são rostos negros.
Visitado por pouco mais de 180.000 pessoas no ano passado, o museu foi fundado em 2004 pelo artista plástico e pesquisador baiano Emanoel Araújo, que, de entrada, doou 5.000 peças de sua coleção pessoal ao acervo permanente da instituição. Além de quadros na parede e de esculturas e objetos espalhados por três andares de mostras de longa duração e temporárias, a instituição conta também com o teatro Ruth de Souza e a Biblioteca Carolina de Jesus, que abriga cerca de 10.000 itens – vários deles sobre escravatura e abolição – e é uma dose de emoção à parte. "Como não é um museu de obras célebres, mas que revela a grande importância desse Brasil afrodescendente combinando arte, história e memória, ele gera mesmo grande comoção", diz seu fundador.
Ao contrário do que se pode pensar, não é um espaço de gueto, nem dedicado à África. Sua proposta é descortinar a parcela negra, que hoje soma 51% da população no Brasil, da mistura nacional, ainda que estabeleça uma ponte com o resto do mundo. “Acho que o Museu Afro Brasil é a maior conquista dos negros, não só brasileiros, mas de todos”, afirma Vera Eunice de Jesus Lima, filha de Carolina de Jesus – autora de Quarto de despejo – Diário de uma favelada, visceral relato em primeira pessoa sobre a luta contra a fome e a miséria na favela. “Porque ali você pode comprar o que o negro faz. Você vê o negro na arquitetura, o negro na literatura, o negro no teatro...”, continua a professora de português em uma entrevista estampada na entrada da biblioteca.
Carolina de Jesus e seu 'Quarto de despejo'. Reprodução

A história de sua mãe, contada através de recortes de jornais, fotografias e documentos, abre o trajeto pela exposição permanente com a emoção que vai acompanhar o visitante até o final. Carolina morava na favela do Canindé, em São Paulo, era catadora e escreveu sobre o cotidiano de sua comunidade em cadernos encontrados no lixo. Em 1958, foi descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, que a ajudou a publicar seu diário. Quarto de despejo saiu em 1960, foi traduzido a 13 idiomas e teve 100.000 exemplares vendidos neste ano – o mesmo que vendia Jorge Amado na época.
A visita continua, e aparecem telas de pintores negros do século XIX e XX, como Arthur e João Timótheo da Costa e Emmanuel Zamor, fotografias de artistas que captaram a afrobrasilidade com suas lentes, como Madalena Schwarz e Pierre Verger, retratos e textos sobre atores e atrizes como Grande Otelo e Ruth Rocha, troféus de jogadores de futebol como Garrincha e Pelé e canções de cantores e compositores como Ismael Silva e Paulinho da Viola. A esse bloco de resgate, segue um de reflexão, com a réplica de um navio negreiro acompanhada de relatos sobre o tráfico de escravos da África para o Brasil, que durou 400 anos. Tem ainda uma vasta ala sobre religiosidade, candomblé e capoeira, outra sobre expressões culturais como o maracatu, e assim mais de 500 anos de uma outra história passam diante dos olhos.
Varanasi (Benares), Índia. RODRIGO KORAICHO
"Desde sua fundação, há mais de dez anos, o Museu Afro Brasil tem a proposta de mostrar quem negro foi e quem negro é”, afirma Emanoel Araújo ao EL PAÍS. “Uma de nossas missões é resgatar a história e a memória daqueles que foram esquecidos ou são pouco lembrados pela história oficial", ressalta o diretor, que deixou a direção da Pinacoteca antes de embarcar neste projeto. Isso acontece sem que o presente fique de fora, sobretudo nas exposições temporárias, que podem ou não conversar diretamente com a proposta central do museu. Entre as recém-inauguradas, estão as mostras do artista plástico paulistano Caíto (Cúmulo), com 20 peças inéditas, e do fotógrafo Rodrigo Koraicho (Devoção), que usa um tema afim à proposta do museu – a religiosidade – para mostrar as crenças de regiões da Índia e do Nepal. A dica é investir algumas boas horas para ver tudo isso com calma. Aproveitando o passeio, o retorno em desconstrução de estereótipos é garantido.
Por Camila Moraes, no El País
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O livro "Todo dia é dia de consciência negra"

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     Na peça teatral “Todo dia é dia de consciência negra” a discussão é sobre a escravidão e o processo abolicionista brasileiro. 

     De maneira contundente, o texto registra fatos históricos como os reproduzidos num anúncio publicado no Jornal da Bahia, edição do dia 09 de abril de 1858: 

“Em Gravatá, número 44, se vendem dois negrinhos muito bonitos e sem defeitos, a fêmea com 10 anos e o macho com 9” 

Do Brasil colônia, a narrativa teatral chega aos dias atuais, não sem antes passar por: 

- Rui Barbosa, Castro Alves, Joaquim Nabuco e José do Patrocínio; 

- pelo exército brasileiro que, após a guerra do Paraguai, entregou a carta de alforria para os escravos que tinham se alistado para a guerra; 

- a lei Euzébio de Queiroz, a lei dos Sexagenários, a lei Áurea; 

- a mobilização da população. 


 O livro está disponível  aqui.
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Dramaturgo, o autor transferiu para seus contos literários toda a criatividade, intensidade e dramaticidade intrínsecas à arte teatral. 

São vinte contos retratando temáticas históricas e contemporâneas que, permeando nosso imaginário e dia a dia, impactam a alma humana em sua inesgotável aspiração por guarida, conforto e respostas. 

Os contos: 
1. Tiradentes, o mazombo 
2. Nossa Senhora e seu dia de cão 
3. Sobre o olhar angelical – o dia em que Fidel fuzilou Guevara 
4. O lugar de coração partido 
5. O santo sudário 
6. Quando o homem engole a lua 
7. Anos de intensa dor e martírio 
8. Toshiko Shinai, a bela samurai nos quilombos do cerrado brasileiro 
9. O desterro, a conquista 
10. Como se repudia o asco 
11. O ladrão de sonhos alheios 
12. A máquina de moer carne 
13. O santuário dos skinheads 
14. A sorte lançada 
15. O mensageiro do diabo 
16. Michelle ou a Bomba F 
17. A dor que nem os espíritos suportam 
18. O estupro 
19. A hora 
20. As camas de cimento nu 

OUTRAS OBRAS DO AUTOR QUE O LEITOR ENCONTRA NAS LIVRARIAS amazon.com.br: 

A – LIVROS INFANTO-JUVENIS: 
Livro 1. As 100 mais belas fábulas da humanidade 

I – Coleção Educação, Teatro & Folclore (peças teatrais infanto-juvenis): 
Livro 1. O coronel e o juízo final 
Livro 2. A noite do terror 
Livro 3. Lobisomem – O homem-lobo roqueiro  
Livro 4. Cobra Honorato 
Livro 5. A Mula sem cabeça 
Livro 6. Iara, a mãe d’água 
Livro 7. Caipora 
Livro 8. O Negrinho Pastoreiro 
Livro 9. Romãozinho, o fogo fátuo 
Livro 10. Saci Pererê 

II – Coleção Infantil (peças teatrais infanto-juvenis): 
Livro 1. Não é melhor saber dividir 
Livro 2. Eu compro, tu compras, ele compra 
Livro 3. A cigarra e as formiguinhas 
Livro 4. A lebre e a tartaruga 
Livro 5. O galo e a raposa 
Livro 6. Todas as cores são legais 
Livro 7. Verde que te quero verde 
Livro 8. Como é bom ser diferente 
Livro 9. O bruxo Esculfield do castelo de Chamberleim 
Livro 10. Quem vai querer a nova escola 

III – Coleção Educação, Teatro & Democracia (peças teatrais infanto-juvenis): 
Livro 1. A bruxa chegou... pequem a bruxa 
Livro 2. Carrossel azul 
Livro 3. Quem tenta agradar todo mundo não agrada ninguém 
Livro 4. O dia em que o mundo apagou 

IV – Coleção Educação, Teatro & História (peças teatrais juvenis): 
Livro 1. Todo dia é dia de independência 
Livro 2. Todo dia é dia de consciência negra 
Livro 3. Todo dia é dia de meio ambiente 
Livro 4. Todo dia é dia de índio 

V – Coleção Teatro Greco-romano (peças teatrais infanto-juvenis): 
Livro 1. O mito de Sísifo 
Livro 2. O mito de Midas 
Livro 3. A Caixa de Pandora 
Livro 4. O mito de Édipo. 

B - TEORIA TEATRAL, DRAMATURGIA E OUTROS
VI – ThM-Theater Movement: 
Livro 1. O teatro popular de bonecos Mané Beiçudo: 1.385 exercícios e laboratórios de teatro 
Livro 2. 555 exercícios, jogos e laboratórios para aprimorar a redação da peça teatral: a arte da dramaturgia 
Livro 3. Amor de elefante 
Livro 4. Gravata vermelha 
Livro 5. Santa Dica de Goiás 
Livro 6. Quando o homem engole a lua