Afonso Poyart foi descoberto por agente americano após '2 Coelhos'.
Afonso Poyart saiu das praias de Santos, no litoral de São Paulo, para ‘ganhar’ Hollywood. O santista é o diretor do filme policial 'Presságios de um Crime' (Solace, EUA, 2015), que estreou nesta semana no Brasil e que tem estrelas no elenco como Anthony Hopkins, Colin Farrell e Jeffrey Dean Morgan. Poyart chamou a atenção dos americanos após escrever e dirigir '2 Coelhos', o primeiro longa da carreira dele. O filme, feito com poucos recursos, mas muito inovador, o lançou para a carreira internacional e o faz galgar voos mais altos no cenário do cinema mundial.
Poyart iniciou a carreira fazendo comerciais, vinhetas e produções para TV regionais do litoral de São Paulo. Assim, a produtora cresceu e foi para a capital paulista. Lá, surgiram trabalhos como videoclipes de artistas como Charlie Brown Jr., Marjorie Estiano, Felipe Dylon, entre outros. Da música, ele pulou para a produção do curta metragem Eu Te Darei o Céu, em 2005. O curta ganhou quatro prêmios no Festival de Gramado, incluindo melhor filme pelo júri popular.
Depois do curta, Poyart voltou para a publicidade, mas também começou a se dedicar mais ao sonho de fazer um filme. “Eu queria fazer cinema, sempre quis ir para o cinema. Comecei a escrever o roteiro de 2 Coelhos, sem pretensão de filmar. Quando acabei o roteiro, li e me animei para fazer. Eu fui atrás do distribuidor para financiar. Ele é um filme não linear, meio que fizemos ‘na raça’. Elenco pequeno. Financiamos um pouco. Foi um empreendedorismo mesmo. Foi isso que fez a minha guinada. Para errar é fácil, mas daí deu certo”, fala.
Depois do curta, Poyart voltou para a publicidade, mas também começou a se dedicar mais ao sonho de fazer um filme. “Eu queria fazer cinema, sempre quis ir para o cinema. Comecei a escrever o roteiro de 2 Coelhos, sem pretensão de filmar. Quando acabei o roteiro, li e me animei para fazer. Eu fui atrás do distribuidor para financiar. Ele é um filme não linear, meio que fizemos ‘na raça’. Elenco pequeno. Financiamos um pouco. Foi um empreendedorismo mesmo. Foi isso que fez a minha guinada. Para errar é fácil, mas daí deu certo”, fala.
O filme 2 Coelhos lançou Poyart para o mercado do cinema, em 2012, pois foi considerado inovador no cinema brasileiro com ação, suspense, reviravoltas e cheio de efeitos especiais, físicos e gráficos. O longa foi visto pelo agente americano Brent Travers, da United Talents Agency e manager do ator Wagner Moura nos EUA.
“Ele viu o trailer nos EUA e veio para Brasil. Me procurou, me apresentou umas pessoas e falou que eu podia fazer filme nos Estados Unidos. Recebi roteiros, participei de reuniões”, conta ele. Poyart aceitou o desafio de dirigir o thriller policial Presságios de um Crime, com elenco de estrelas como Anthony Hopkins, Colin Farrell, Jeffrey Dean Morgan, Abbie Cornish e a brasileira Luisa Moraes.
“Foi um processo bem difícil. Sai de um filme pequeno para um bem maior. Os atores são bem fortes, tem ponto de vista definido, eles têm uma postura forte. Eu rodei o filme com 35 anos. O Thony (Hopkins) foi acreditando no meu trabalho e a gente se entendendo. Me deixaram muito livre para fazer umas loucuras. No geral, tive bastante liberdade. 70% é o meu filme e outros eu negociei com as pessoas. O filme tem a minha assinatura. Tem uma cara, uma personalidade”, diz ele.
Presságios de um Crime conta a história do agente especial do FBI Joe Merriwether, interpretado por Jeffrey Dean Morgan, que investiga uma série de homicídios ainda sem pistas concretas. Ele decide, então, recorrer à ajuda de seu ex-colega, o médico aposentado e analista civil Dr. John Clancy, interpretado por Anthony Hopkins. Mas o recluso Clancy não quer se envolver no caso nem usar suas habilidades especiais. O personagem, entretanto, muda de ideia quando tem visões de imagens perturbadoras e violentas da mais nova parceira de Joe, seguidas ainda por algo que ele interpreta como uma mensagem pessoal.
Santos, uma inspiração
Aos 37 anos, Poyart volta a Santos, sua cidade natal, para mostrar o filme hollywoodiano dirigido por ele. A última vinda do cineasta a cidade foi há cerca de duas semanas, por causa do falecimento do pai. “Era prático do Porto de Santos. Meu pai não chegou a ver o meu filme no cinema”, lamenta.
Aos 37 anos, Poyart volta a Santos, sua cidade natal, para mostrar o filme hollywoodiano dirigido por ele. A última vinda do cineasta a cidade foi há cerca de duas semanas, por causa do falecimento do pai. “Era prático do Porto de Santos. Meu pai não chegou a ver o meu filme no cinema”, lamenta.
Morador de São Paulo, ele gosta de lembrar o tempo que morava no litoral, cenário de inspirações para o cineasta. “Eu era adolescente e costumava pegar o meu carro e ir pela orla da praia. A praia de santos é um bucolismo, quando ela está vazia. Olhar para o horizonte e imaginar para onde você pode ir”, recorda ele.
Sonhador, Poyart revela que chegou a Hollywood muito antes do que imaginava e confessa que está orgulhoso pelo seu trabalho. Mesmo assim, diz que não ficará esbanjando elogios a si mesmo e que prefere pensar nos próximos projetos. “Vou lançar o meu terceiro filme, a história do José Aldo. Sobre Hollywood, estou lendo alguns roteiros, mas não tenho nada fechado ainda. Eu quero e meu agente também quer”, disse.