O uso é gratuito e a instalação é simples
Com
o objetivo de incentivar as escolas brasileiras a monitorarem a qualidade da
conexão de internet para acompanhar em tempo real as métricas de banda larga
fixa nas escolas públicas do país, foi lançada no dia 7 a campanha Nossas
Escolas Conectadas 2021. A campanha é feita pela Fundação Lemann em parceria
com o NIC.br e a Sincroniza Educação, com apoio de parceiros como Cisco,
Instituto Claro e Rede Mulheres do Brasil. A ideia é apoiar secretarias de educação
e escolas de todo o país a instalarem o chamado Medidor SIMET.
A
campanha propõe também a organização de um dia especial para que as redes de
ensino façam um mutirão de instalação do medidor em todas as escolas. A ação
foi batizada de Dia C da Conectividade e terá o apoio do NIC.br, da Fundação
Lemann e da Sincroniza Educação. Serão compartilhados tutoriais em vídeo e
e-books para apoiar escolas e redes interessadas em acompanhar as informações
dadas pela ferramenta.
Desenvolvida
pelo NIC.br, o Medidor é considerado um dos melhores instrumentos em nível
internacional para identificar em quais unidades de ensino alunos e professores
ainda necessitam de acesso à internet de qualidade. O uso é gratuito e a
instalação é simples, intuitiva. Para instalar basta acessar
https://www.nic.br/ . A medição começa 24 horas depois de a ferramenta
instalada.
Os
dados colhidos ficam registrados em um Mapa Nacional de Conectividade,
disponível no site do NicBr para consulta por secretários e diretores e assim
permitindo a tomada de decisões baseadas em informações qualificadas. No banco
de dados é possível acessar informações sobre todas as escolas conectadas ao
medidor. Não é necessário nenhum equipamento extra, apenas um computador de uso
pedagógico.
"É
muito simples usar a ferramenta. basta selecionar dois campos obrigatórios, que
são a unidade da federação e rede municipal ou estadual. A partir daí já é
possível ver os dados, mas também é possível filtrar por município, porte da
escola e a velocidade de internet. O resultado mostra as escolas
geograficamente distribuídas e diversas camadas onde se avalia a velocidade de
download por faixa, do entorno, por aluno, a distribuição de escolas rurais e
urbanas, a localização, o porte da escola”, explicou o analista de projetos do
Nic.Br, Paulo Kuester.
Ele
completa que o MedidorSIMET é uma ferramenta importante para vincular a
tecnologia ao uso pedagógico, incluindo professores e alunos na cidadania plena
digital, formando todos para o mundo do futuro. "Os dados coletados servem
ainda para que a comunidade acadêmica, científica e envolvida na área
educacional possam avaliar e estudar esses dados. No plano global porque os
dados seguem também para o Projeto Giga".
Segundo
um levantamento feito pela Fundação Lemann, com base nos dados disponíveis pelo
Censo 2020 e pelo Medidor SIMET, apenas 3,2% das escolas do Brasil cadastradas
na plataforma têm velocidade adequada, em padrão internacional, para oferecer
aulas online.
“Com
o Medidor instalado, é possível ter um melhor diagnóstico da situação das
escolas no país e formular soluções que aumentem o número de unidades
conectadas com a velocidade de internet adequada, garantindo acesso para um
aprendizado adequado dos estudantes e à prática docente”, explica a Fundação Lemann.
Atualmente
o Medidor já funciona em 27 mil das 140 mil escolas públicas do país. Para o
Instituto Lemann, com a retomada das aulas no modelo híbrido (parte presencial
e parte online), as escolas precisarão estar conectadas para atender os alunos
que estão em casa.
Segundo
os dados de uma pesquisa feita para a Fundação Lemann, que ouviu professores de
todo país, 73% dos entrevistados disseram que após a pandemia de covid-19 vão
utilizar mais tecnologia do que antes. Para eles a internet da escola onde
lecionam é inadequada para uma utilização maciça.
De
acordo com o Censo 2020, 75% das unidades educacionais brasileiras possuem
conexão à internet, mas, segundo o MedidorSIMET, a velocidade que chega a essas
escolas é de 17 Megabits por segundo (mbps), o que é considerado insuficiente
para a retomada das aulas em modelo híbrido, já que para fazer uma chamada de
vídeo com os alunos que ficaram em casa o professor precisa de mais de 100
mbps.
“A
situação é tão crítica que, mesmo se considerarmos os padrões atuais
brasileiros, a internet ainda assim é insuficiente. O Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE) define a velocidade adequada de acordo com o
tamanho da escola. Ainda assim, apenas 5.425 das 27.541 escolas no medidor têm
a velocidade adequada”, reforça o Instituto.
São Paulo
O
secretário de Educação do Estado de São Paulo, Rossieli Soares, comentou que o
acesso à internet deve ser comparado a direitos básicos que todo cidadão tem,
como água, saneamento básico, energia elétrica, por isso é preciso que o tema
esteja elencado nas políticas públicas. "A conectividade dentro de uma
escola é muito importante. Não dá mais para falarmos disso só por conta da
pandemia, pelo que estamos passando agora, mas por tudo aquilo que já iniciamos
lá atrás", afirmou.
Segundo
ele, o estado de São Paulo será o primeiro do país a ter o medidor instalado
integralmente na rede do estado para que se entenda como é a rede de internet
das unidades educacionais. Ele lembrou que em 2019 o limite de internet na
maioria das escolas de 8MB e nem metade tinha acesso à fibra ótica. "Hoje
estamos com mais de 5 mil escolas, o que corresponde a 98%, conectadas com
fibra ótica, já aumentamos a velocidade e estamos trabalhando para das um passo
ainda maior".
Para
Rossieli, os resultados da medição mostrarão se a chegada da internet na escola
é real e como é a distribuição para então enxergar como é a utilização nas
unidades. “Nenhuma política de tecnologia funciona se não considerarmos alguns
pilares fundamentais. O primeiro é entender o motivo do uso da tecnologia, o
segundo é que temos que ter equipamentos necessários e formação das pessoas.
Precisamos ter os softwares e os aplicativos a serviço da educação. E o
terceiro pilar é a conectividade, entendendo o que precisamos", disse.
Agência Brasil
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