“Apesar de a Lei
ter sido promulgada em 2003, ainda hoje encontramos universidades que não
trabalham esse conteúdo na formação docente”, aponta o professor de Língua
Portuguesa e Literatura, André de Godoy Bueno, autor da dissertação de mestrado
Literaturas africanas e afro-brasileira no ensino fundamental II.
A pesquisa foi apresentada em agosto de 2015 na Faculdade
de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, sob a orientação da
professora Vima Lia de Rossi Martin.
De acordo com o pesquisador, há também uma falha no poder
público, desde o Ministério da Educação (MEC) até as secretarias estadual e
municipal de educação. “Era necessário oferecer formação contínua para esses
professores, pois os formados antes de 2003 provavelmente não viram isso
durante a faculdade. Se ele não se interessar em fazer cursos, não terá esse
conteúdo e não vai trabalhar isso com os alunos”, diz.
Bueno aplicou um questionário com 15 perguntas a 30
professores, sendo 15 do município de São Paulo, das diretorias regionais de
São Miguel Paulista, Butantã, Guaianazes e Pirituba; e 15 de escolas estaduais
das cidades de Guarulhos, Mauá, Indaiatuba e Marília. As perguntas abordavam
desde o conhecimento da Lei até a forma de aplicação do conteúdo. Ele também
reuniu, para uma roda de conversa, 3 desses professores, sendo 2 da rede
estadual e 1 da municipal. A pesquisa seguiu um método qualitativo de análise,
que oferece um quadro de observação de determinado fenômeno por meio de uma
amostra, sem que haja a mensuração totalizante, em função de as redes
educacionais pesquisadas terem enormes proporções.
Conteúdo importante, mas nem sempre aplicado
Segundo Bueno, praticamente todos consideraram a Lei
importante, mas a aplicação prática em sala de aula somente é feita por 2/3 dos
entrevistados, assim: 10 professores não abordavam conteúdo sobre o tema.
Apesar disso, a grande maioria afirmou conhecimento da Lei.
Ao comparar as redes de ensino, o pesquisador constatou
que, dos 15 professores da rede municipal, 11 trabalham com o conteúdo de
literaturas africanas e afro-brasileiras em sala de aula. Já na rede estadual,
são 9 os professores que trabalham o tema.
Bueno acredita que isso acontece porque a Secretaria
Municipal de Educação de São Paulo realiza um trabalho contínuo de formação com
os seus professores e esse conteúdo é abordado. “Na roda de conversa, os
professores da rede estadual disseram que não há essa formação específica e nem
sempre aborda esse tema no dia a dia”, diz. “Nesse aspecto, o professor do
município está mais amparado que o do estado no que se refere a cursos de
formação”, aponta.
Preconceitos
Na roda de conversa, foram relatados alguns casos de
preconceito. Um dos professores contou que uma colega de profissão de uma
escola municipal resolveu trabalhar o significado da palavra “macumba” (que
pode ser um instrumento musical ou uma árvore). “Mas alguns pais reclamaram,
pois acreditaram tratar-se de uma abordagem religiosa. E a direção da escola
pediu para a professora não realizar o trabalho.”
Em outro relato, uma professora do estado conta que
utilizou, no ensino médio, um documentário a respeito de rituais religiosos
africanos para falar sobre cultura. “Dois alunos se levantaram e se recusaram a
assistir, pois disseram que aquilo não fazia parte da religião deles, que eram
contra e se retiraram da sala”, conta Bueno.
Segundo o pesquisador, muitos professores também têm
preconceito e acham que a literatura africana vai falar de aspectos religiosos.
“Oferecer uma boa formação pode quebrar isso, mas precisava ser algo contínuo e
contundente, e desde a universidade.”
Apesar de previsto em Lei e de o conteúdo ser
obrigatório, o planejamento e a aplicação dos conteúdos acaba sendo muito
particular por parte de cada professor. “Ele precisa trabalhar literatura com
os alunos, mas geralmente fica livre na escolha do texto literário”, explica.
“Muitos abordam a literatura africana e afro-brasileira porque são negros,
outros porque se interessam pelo tema, mas há os que não o fazem ou por não se
interessarem ou por não terem formação específica.”
E como abordar a história e a cultura de um continente
com mais de 50 países independentes, com histórias, culturas e,
consequentemente, literaturas tão variadas e distintas? O pesquisador sugere
que a abordagem poderia ser a respeito dessas diferenças. Ou sobre a
colonização, que aproxima o Brasil de tantos países africanos que passaram pelo
mesmo processo. Outra opção é trabalhar com autores de países africanos de
língua portuguesa, como o moçambicano Mia Couto, o português radicado em
Angola, José Luandino Vieira e tantos outros. Entre os autores
afro-brasileiros, há clássicos como Lima Barreto, do mesmo modo que há
escritores contemporâneos, como é o caso de Cuti, pseudônimo do escritor Luiz
Silva, além de inúmeros outros nomes que poderiam ser estudados durante a
escolarização.
Da
Agência USP de Notícias
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Dramaturgo, o autor transferiu para seus contos literários toda a criatividade, intensidade e dramaticidade intrínsecas à arte teatral.
São vinte contos retratando temáticas históricas e contemporâneas que, permeando nosso imaginário e dia a dia, impactam a alma humana em sua inesgotável aspiração por guarida, conforto e respostas.
Os contos:
1. Tiradentes, o mazombo
2. Nossa Senhora e seu dia de cão
3. Sobre o olhar angelical – o dia em que Fidel fuzilou Guevara
4. O lugar de coração partido
5. O santo sudário
6. Quando o homem engole a lua
7. Anos de intensa dor e martírio
8. Toshiko Shinai, a bela samurai nos quilombos do cerrado brasileiro
9. O desterro, a conquista
10. Como se repudia o asco
11. O ladrão de sonhos alheios
12. A máquina de moer carne
13. O santuário dos skinheads
14. A sorte lançada
15. O mensageiro do diabo
16. Michelle ou a Bomba F
17. A dor que nem os espíritos suportam
18. O estupro
19. A hora
20. As camas de cimento nu
OUTRAS OBRAS DO AUTOR QUE O LEITOR ENCONTRA NAS LIVRARIAS amazon.com.br:
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A – LIVROS INFANTO-JUVENIS:
Livro 1. As 100 mais belas fábulas da humanidade
I – Coleção Educação, Teatro & Folclore (peças teatrais infanto-juvenis):
Livro 1. O coronel e o juízo final
Livro 2. A noite do terror
Livro 3. Lobisomem – O homem-lobo roqueiro
Livro 4. Cobra Honorato
Livro 5. A Mula sem cabeça
Livro 6. Iara, a mãe d’água
Livro 7. Caipora
Livro 8. O Negrinho Pastoreiro
Livro 9. Romãozinho, o fogo fátuo
Livro 10. Saci Pererê
II – Coleção Infantil (peças teatrais infanto-juvenis):
Livro 1. Não é melhor saber dividir
Livro 2. Eu compro, tu compras, ele compra
Livro 3. A cigarra e as formiguinhas
Livro 4. A lebre e a tartaruga
Livro 5. O galo e a raposa
Livro 6. Todas as cores são legais
Livro 7. Verde que te quero verde
Livro 8. Como é bom ser diferente
Livro 9. O bruxo Esculfield do castelo de Chamberleim
Livro 10. Quem vai querer a nova escola
III – Coleção Educação, Teatro & Democracia (peças teatrais infanto-juvenis):
Livro 1. A bruxa chegou... pequem a bruxa
Livro 2. Carrossel azul
Livro 3. Quem tenta agradar todo mundo não agrada ninguém
Livro 4. O dia em que o mundo apagou
IV – Coleção Educação, Teatro & História (peças teatrais juvenis):
Livro 1. Todo dia é dia de independência
Livro 2. Todo dia é dia de consciência negra
Livro 3. Todo dia é dia de meio ambiente
Livro 4. Todo dia é dia de índio
V – Coleção Teatro Greco-romano (peças teatrais infanto-juvenis):
Livro 1. O mito de Sísifo
Livro 2. O mito de Midas
Livro 3. A Caixa de Pandora
Livro 4. O mito de Édipo.
B - TEORIA TEATRAL, DRAMATURGIA E OUTROS
VI – ThM-Theater Movement:
Livro 1. O teatro popular de bonecos Mané Beiçudo: 1.385 exercícios e laboratórios de teatro
Livro 2. 555 exercícios, jogos e laboratórios para aprimorar a redação da peça teatral: a arte da dramaturgia
Livro 3. Amor de elefante
Livro 4. Gravata vermelha
Livro 5. Santa Dica de Goiás
Livro 6. Quando o homem engole a lua
Livro 1. As 100 mais belas fábulas da humanidade
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