quarta-feira, 19 de março de 2014

Para os que se deleitam atirando a primeira pedra


Meus queridos, a seguir, notícia que extraí do portal G1, e logo depois, artigo que escrevi a respeito.

STJ condena SBT a pagar indenização no caso Escola Base
Em 1994, donos de escola foram alvos de acusações de abuso sexual.
STJ mandou pagar R$ 100 mil a cada um dos ex-donos e a ex-motorista.


Do G1, em Brasília
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenou a emissora SBT a pagar indenização por danos morais a dois ex-donos da Escola Base e a um ex-motorista, no valor de R$ 100 mil para cada um. A decisão foi publicada no dia 11 de fevereiro e divulgada nesta quarta-feira (19). Ao G1, o SBT disse que entrou com recurso.

O episódio ocorreu em 1994 em uma escola infantil no bairro da Aclimação, em São Paulo, e ficou conhecido como caso Escola Base. Após denúncia de duas mães sobre supostos abusos sexuais cometidos pelos donos da escola e funcionários contra seus filhos, que tinham à época 4 anos de idade, a imprensa passou a divulgar as acusações. O inquérito, entretanto, acabou arquivado por falta de provas.

Os ministros entenderam que os ex-donos da escola tiveram a honra atingida pelas reportagens que continham acusações sem provas. A escola teve instalações destruídas e fechou as portas - segundo o STJ, isso ocorreu em consequência das reportagens. Os acusados foram ameaçados de morte.

No caso do SBT, os ex-donos da escola e o ex-motorista obtiveram no Tribunal de Justiça de São Paulo indenização de R$ 300 mil para cada um. A empresa recorreu ao STJ e alegou que o valor fixado foi muito elevado e que não teve nenhuma atitude direta no prejuízo aos ex-donos da Escola Base.

A turma do STJ considerou que depoimentos comprovaram que a emissora diariamente apresentou "reportagens de conteúdo inverídico e sensacionalista" sobre o episódio. No entanto, os ministros atenderam pedido do SBT para reduzir a indenização de R$ 300 mil para R$ 100 mil para cada um dos três envolvidos.

Para os que se deleitam atirando a primeira pedra
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Por aqui, um caso que chocou o mundo foi o que vitimou a família Shimada, proprietários da Escola Base, de São Paulo.

Em 1994, Maria Aparecida e seu marido Icushiro Shimada, além do colaborador Maurício de Alvarenga, foram acusados pela polícia de promover orgias com menores na escola infantil que mantinham no bairro da Aclimação, cidade de São Paulo.

Boa parte da mídia, ávida por escândalos que dêem visibilidade aos indicadores de audiência, embarcaram de corpo e alma na cantilena policial, ajudando a mobilizar o povo para o justiçamento. E foi o que literalmente aconteceu.

Tudo começou quando duas mães de alunos acusaram os proprietários da Escola Base de promoverem orgias com as crianças lá matriculadas. O delegado Edélcio Lemos, no afã de aparecer, acatou imediatamente a denúncia e, estabanadamente, deu curso aos procedimentos atropelando tudo o que a boa lógica e a gestão serena recomendavam.

Um delegado incompetente aliado à parte da imprensa sensacionalista e irresponsável conceberam e edificaram o ambiente propício para a caçada às bruxas.

Pedofilia, violência contra crianças, abusos sexuais e estupros são questões que a plebe ignara utiliza para purgar os pecados coletivos, para redimir fracassos e frustrações. Pouco importa se, de fato, algum crime foi perpetrado, e se existem suspeitos. Como nos idos dos gladiadores romanos, a massa clama e requer martírio e sangue. Objetivam a catarse coletiva. Se não existe crime, invente-se. Não existem suspeitos? Criem-se culpados. O que resta? A aplicação da pena máxima, o justiçamento, preferencialmente por linchamento seguido de incineração do corpo.
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