O maior levantamento online sobre
drogas do mundo, o Global Drugs Survey (GDS) 2016/2017,
começou a ser produzido em 20 países. No Brasil, a Universidade Federal de São
Paulo (Unifesp) coordena o estudo que tem foco na entrada de novas drogas no
mercado, padrões de uso, preços e nível de acesso, bem como o impacto sobre o
consumo mundial da maconha após mudanças de seu status legal.
O GDS é uma ferramenta importante para compreensão do problema do consumo de
drogas e do narcotráfico. Para se ter uma ideia, durante a primeira década do
milênio, o narcotráfico faturou, em média, 900 bilhões de dólares ao ano,
segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc).
“Esse levantamento tem um poder muito
grande de detectar fenômenos recentes, como acontece de ano em ano, mostra as
tendências como nenhum outro, pois é exatamente a mesma metodologia em 20
países”, destaca a psicóloga da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (UNIAD/Unifesp),
Clarice Sandi Madruga, organizadora do levantamento no Brasil. O GDS é feito
desde o ano 2000 sob a coordenação do psiquiatra Adam Winstock, consultor sobre
vícios do Maudsley Hospital (Londres) e professor honorário
do Kings College London, e por uma equipe de especialistas em 20
países.
De acordo com a pesquisadora, os
dados revelam a aparição de novas drogas no mercado. “O levantamento já tinha
apontado a cannabis sintética no mercado e assim ficou sendo a
principal fonte do desenvolvimento das novas legislações que proibiram seu
uso”. Clarice disse que os dados do GDS 2014/2015 mostraram que um em cada
quatro usuários precisaram de emergência no uso da metafetamina. “[O estudo]
Mostrou isso bem solidamente: o quão perigoso estava sendo aquela droga que era
vendida legalmente como legal highs [barato legal] em muitos
estados americanos e na Europa”.
O último GDS [2014/2015] mostrou que
o Brasil é o segundo país no qual os usuários mais consomem álcool de forma
abusiva – 27,5% dos participantes alegaram ter ficado extremamente embriagados
pelo menos uma vez ao mês. O Brasil está atrás apenas da Irlanda, com 29%. “E
no aspecto quantidade de busca por emergência em função do consumo exagerado de
álcool, o Brasil também só perdeu para a Irlanda”, aponta Clarice. Um em cada
30 participantes procurou serviços de emergência após beber. “O levantamento
também revelou que o preço da cocaína no Brasil é a mais barata do mundo e a
mais forte, isto é um dado assustador”, avalia a pesquisadora.
Para o GDS 2015/2016 não houve número
suficiente de coletas – é preciso o mínimo de 5 mil questionários respondidos.
A pesquisadora enfatiza que, como é um levantamento feito pela internet, não é
representativo da população. “É como se fosse uma lupa nos grupos de risco. As
prevalências de uso são todas muito mais altas, e geralmente quem responde o
levantamento pela internet são os jovens que já são por natureza um grupo de
risco”.
Por isso, ela chama a população
brasileira para participar da pesquisa. “Precisamos de 5 mil participantes para
podermos comparar com outros países e ter uma participação importante nesse
levantamento”, esclarece. “Qualquer pessoa com mais de 16 anos pode participar,
não precisa ser usuário de drogas, pois o levantamento também aborda café, energético,
todos podem responder, inclusive alguém que é abstêmio”, acrescentou a
responsável pela pesquisa no Brasil.
Informações são obtidas online e
de forma sigilosa
Todos os indivíduos com 16 anos ou
mais podem responder ao inquérito, independente de serem usuários de qualquer
droga. O questionário em português ficará disponível no link até o dia 31
de janeiro de 2017.
Resultados
Clarice ressalta que os resultados
auxiliam o planejamento de ações governamentais voltadas à saúde. Os dados
da Global Drug Survey de 2015, por exemplo, propiciaram a
formação de políticas públicas no Reino Unido e em outros países europeus. O
estudo também detectou pela primeira vez o uso da maconha sintética no Brasil,
identificando os riscos associados a essa substância, que coloca um a cada oito
usuários em serviços de emergência por complicações relacionadas ao uso. A
coleta anterior contou com a participação de 107.624 participantes de diferentes
nacionalidades.
Ludmilla Souza, da Agência Brasil
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O planejamento estratégico e Shakespeare
Conforme o momento histórico, Shakespeare foi construindo nuvens com peças dotadas de diferentes características, propriedades específicas para cada fase de sua produção literária. “Medida por Medida” e “Bem está o que bem acaba” integram o que se convencionou denominar “comédias sombrias”, peças onde tensão e situações cômicas as categorizam em desacordo com outras comédias do dramaturgo como “A comédia dos erros”, “As alegres comadres de Windsor” e “Sonho de uma noite de verão”. E a explicação é singela: foram elaboradas no mesmo período em que o autor escreveu Hamlet e Otelo, grandes obras da literatura universal que elevam a tragédia ao ápice do gênero teatral.
Na peça “Medida por Medida”, com inusitada habilidade, Shakespeare discute administração pública, direito e corrupção de maneira magistral.
O universo da administração pública adotado na peça é largo e profundo. Entrelaçados às cenas emergem assuntos como
- o autoritarismo oriundo do poder divino do rei, as prerrogativas do monarca e a antecipação do liberalismo;
- a descentralização administrativa;
- o abuso do poder na administração pública;
- os limites da delegação de competência;
- accountability, fiscalização e controle;
Quanto ao direito, lança um forte debate sobre quesitos por demais importantes para a humanidade:
- a aplicabilidade das leis mesmo quando se apresentam fora de uso por um longo tempo, gerando disfunções de toda ordem;
- a execução da pena quando esta resulta de uma lei extremamente dura;
- a discricionariedade do juiz na aplicação da lei, a subjetividade do magistrado e a fragilidade dos paradigmas que orientam o sistema de decisões no judiciário;
- a distribuição da justiça.
Especial enfoque o Bardo dá ao tema da corrupção, mostrando:
- a moral e a ética corroídas pelos interesses pessoais e pelo tráfico de influência;
- a força do poder para alterar o caráter dos administradores.
Neste aspecto Shakespeare nos faz refletir sobre a utilização do Estado enquanto instrumento de satisfação dos interesses pessoais.
E todo este universo é entrecortado por discussões sobre o amor e o ódio, a moral e o imoral, o sexo e a abstinência, a clausura e a liberdade, a prisão e a salvação, a vida e a morte.
O presente livro, além de disponibilizar a versão original de “Medida por medida” de Shakespeare, apresenta um conjunto de ensaios contextualizando a peça teatral às questões que incendeiam os panoramas contemporâneos brasileiro e latino-americano como corrupção, estado e administração pública; controle e accountability; direito e administração da justiça.
O livro integra a Coleção Quasar K+:
Livro 1: Quasar K+ Planejamento Estratégico;
Livro 2: Shakespeare: Medida por medida. Ensaios sobre corrupção, administração pública e administração da justiça;
Livro 3: Nikolai Gogol: O inspetor geral. Planejamento estratégico e planejamento marginal;
Livro 4: Liebe und Hass: nicht vergessen Aylan Kurdi. A visão de futuro, a missão, as políticas e as estratégias; os objetivos e as metas;
Livro 5: Giordano Bruno - a fogueira que incendeia é a mesma que ilumina.
Para saber mais, comprar a sua coleção completa - ou os livros, individualmente - clique aqui.
Na peça “Medida por Medida”, com inusitada habilidade, Shakespeare discute administração pública, direito e corrupção de maneira magistral.
O universo da administração pública adotado na peça é largo e profundo. Entrelaçados às cenas emergem assuntos como
- o autoritarismo oriundo do poder divino do rei, as prerrogativas do monarca e a antecipação do liberalismo;
- a descentralização administrativa;
- o abuso do poder na administração pública;
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Quanto ao direito, lança um forte debate sobre quesitos por demais importantes para a humanidade:
- a aplicabilidade das leis mesmo quando se apresentam fora de uso por um longo tempo, gerando disfunções de toda ordem;
- a execução da pena quando esta resulta de uma lei extremamente dura;
- a discricionariedade do juiz na aplicação da lei, a subjetividade do magistrado e a fragilidade dos paradigmas que orientam o sistema de decisões no judiciário;
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- a moral e a ética corroídas pelos interesses pessoais e pelo tráfico de influência;
- a força do poder para alterar o caráter dos administradores.
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