Debora Schilling Machry
Eu sou muito insistente na questão da escrita e da
leitura. Como professora de ciências, eu mostro aos meus alunos que, assim como
os músculos do corpo, o cérebro também precisa se exercitar e que lendo, ele se
exercita. Apesar disso, a maioria deles não gosta de ler e tem dificuldades de
concentração, precisando de motivação contínua para estudar. Além disso, eu
tinha muita dificuldade na correção das atividades, devido aos inúmeros erros
ortográficos feitos por eles. Então, decidi trabalhar a leitura de uma forma
que envolvesse os estudantes. O problema é que a ideia era utilizar o celular
para isso e, apesar de ser uma ferramenta incrível, seu uso é proibido em sala
de aula. A diretoria recolhe os aparelhos no começo do dia.
Sendo assim, eu resolvi a questão de outra forma. Comecei a escrever artigos para a seção de opinião dos jornais de São Leopoldo, do Rio Grande do Sul, sobre os conteúdos trabalhados em sala de aula com os 6ºs, 7ºs e 8ºs anos. Depois, eu tiro foto da página do jornal com o artigo publicado e mando para meus alunos pelo grupo do WhatsApp, para que eles leiam em casa pelo celular.
A partir dessa atividade, eu peço que eles respondam o que o artigo pode mudar ou alterar na aprendizagem em casa. Eles relatam as aplicações do que leram, mas também podem mandar fotos de animais que acham curiosos para trabalharmos em aula ou denunciar entulhos de lixo para que eu ligue para a prefeitura. A participação no grupo é também um trabalho social. Dessa forma, eu sei que estão aplicando o conhecimento passado presencialmente.
Depois de tudo isso, eu faço a hora do conto científico em sala. Para ler o artigo e discuti-lo com os alunos, eu crio um clima no ambiente: apago as luzes, levo uma vela ou vamos ler na rua, o que acaba envolvendo os estudantes.
É um projeto bem diferente na escola porque, de um modo geral, os professores têm medo do celular, porque é uma ferramenta nova e nem todo mundo se adapta. Eu mesma não tinha um smartphone, ganhei um esse ano. Foram os alunos que me ensinaram a usar o aparelho. Algumas coisas eu ainda não sei fazer, mas vou aprender. Eu perdi o medo.
O grupo do WhatsApp é mais um recurso didático. É uma prática que estamos desenvolvendo e aprendendo com ela. Eu nunca usei a tecnologia desse jeito, então eu estou achando ótimo. Os alunos estão aderindo aos pouco, mas todos que fazem parte dos grupos participam bem. Eles estão mais concentrados e conseguem entender melhor o que eu falo nas aulas. A leitura facilitou muito a aprendizagem.
Eu sei que a minha vocação é essa. É na escola que eu consigo fazer meu trabalho socioambiental. Sou respeitada pela minha profissão. Tudo isso me motiva a não desistir e me faz acreditar que a educação ainda vai ser valorizada.
Sendo assim, eu resolvi a questão de outra forma. Comecei a escrever artigos para a seção de opinião dos jornais de São Leopoldo, do Rio Grande do Sul, sobre os conteúdos trabalhados em sala de aula com os 6ºs, 7ºs e 8ºs anos. Depois, eu tiro foto da página do jornal com o artigo publicado e mando para meus alunos pelo grupo do WhatsApp, para que eles leiam em casa pelo celular.
A partir dessa atividade, eu peço que eles respondam o que o artigo pode mudar ou alterar na aprendizagem em casa. Eles relatam as aplicações do que leram, mas também podem mandar fotos de animais que acham curiosos para trabalharmos em aula ou denunciar entulhos de lixo para que eu ligue para a prefeitura. A participação no grupo é também um trabalho social. Dessa forma, eu sei que estão aplicando o conhecimento passado presencialmente.
Depois de tudo isso, eu faço a hora do conto científico em sala. Para ler o artigo e discuti-lo com os alunos, eu crio um clima no ambiente: apago as luzes, levo uma vela ou vamos ler na rua, o que acaba envolvendo os estudantes.
É um projeto bem diferente na escola porque, de um modo geral, os professores têm medo do celular, porque é uma ferramenta nova e nem todo mundo se adapta. Eu mesma não tinha um smartphone, ganhei um esse ano. Foram os alunos que me ensinaram a usar o aparelho. Algumas coisas eu ainda não sei fazer, mas vou aprender. Eu perdi o medo.
O grupo do WhatsApp é mais um recurso didático. É uma prática que estamos desenvolvendo e aprendendo com ela. Eu nunca usei a tecnologia desse jeito, então eu estou achando ótimo. Os alunos estão aderindo aos pouco, mas todos que fazem parte dos grupos participam bem. Eles estão mais concentrados e conseguem entender melhor o que eu falo nas aulas. A leitura facilitou muito a aprendizagem.
Eu sei que a minha vocação é essa. É na escola que eu consigo fazer meu trabalho socioambiental. Sou respeitada pela minha profissão. Tudo isso me motiva a não desistir e me faz acreditar que a educação ainda vai ser valorizada.
(Porvir)
*
Debora Cristina Schilling Machry é bióloga formada
pela Unisinos, especialista em Microbiologia. É professora de Ciências da rede
pública e privada. Já foi Supervisora da Educação Ambiental do município de São
Leopoldo, no Rio Grande do Sul, Conselheira no Conselho do Meio Ambiente e interlocutora
na Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos. Atualmente, escreve artigos de opinião
para jornais regionais e coordena projetos socioambientais.