Por Thayanne Magalhães - Tribuna Hoje
Para tentar reverter a perda do gosto pela leitura entre jovens e adolescentes de Alagoas, um professor de Literatura de Maceió resolveu apelar à poesia para intensificar a leitura de livros. “Além de fonte de prazer, a leitura é uma ótima ferramenta de aprendizado e obtenção de conhecimento", ensina o professor Jô Saulo.
A “perda do gosto pela leitura” dos jovens tem sido um fator preocupante para muitos educadores. Visando o resgate do hábito de ler – não apenas na frente do computador – o professor de Literatura Jô Saulo tem incentivado os seus alunos com a realização de uma oficina de poesias.
“A leitura, além de uma fonte de prazer, é uma ótima ferramenta de aprendizado e obtenção de conhecimento. Porém, o jovem tem perdido o gosto pela leitura e um dos grandes vilões para que isso esteja acontecendo, além da falta de incentivo familiar, é a tecnologia. A televisão, os videogames, o computador e principalmente a internet com suas redes sociais estão afastando os jovens do hábito da leitura”, opina o professor.
Para incentivar seus alunos do ensino médio, Jô Saulo realizou pela primeira vez uma oficina de poesia em uma escola particular de Maceió. O professor abordou os principais estilos e formas desta tendência literária, além de dar dicas sobre como os estudantes podem desenvolver suas produções poéticas.
“Pensando sobre a ausência de leitura na vida desses jovens e na formação de novos escritores, iniciei junto ao colégio onde leciono, iniciamos o projeto da oficina de poesia. Apesar de estar em fase inicial, alcançamos um número satisfatório de participantes para o programa extracurricular. Essa oficina é parte do incentivo que queremos passar para os alunos, para que, não somente retomem o gosto pela leitura, mas que também produções individuais e coletivas”, explica Jô Saulo.
“Durante a oficina são mostradas técnicas e várias formas de poesias que variam entre as estruturas clássicas e as poesias visuais, para que cada aluno encontre a forma que lhe deixe mais a vontade como escritor e possa seguir posteriormente seu próprio caminho literário”, continuou.
FAMÍLIA
O professor acredita que a falta de incentivo familiar desde a infância também seja um dos fatores nocivos para a falta de interesse para a leitura e também para a criação literária.
“Mas se pararmos para olhar com uma visão mais crítica, podemos observar que o problema não está somente na tecnologia ou na falta de incentivo da família. O que tem faltado é uma metodologia de ensino que seja usada a favor dos livros. Os docentes devem encontrar uma forma de utilizar a tecnologia a favor das aulas e como um mecanismo incentivador para a prática de leitura”, opina.
Jô Saulo acredita que o cinema também seja uma ferramenta elucidativa para as aulas, principalmente de Literatura, matéria que leciona.
“O cinema pode ser utilizado como motivador para a aproximação do jovem com a leitura, podendo ser utilizado como um interlocutor das obras literárias clássicas ou modernas. O professor tem que se ater às mudanças e o nosso foco educacional deve ser modificado de acordo com as evoluções sociais. A linguagem e a sociedade evoluem juntas”, conclui.
“Conservadorismo afasta aluno da leitura e é preciso inovar”
Outro fator que o professor destaca é o conservadorismo na educação. De acordo com Jô Saulo, defender o pensamento conservador é colaborar com um ensino desgastado que não atrai o aluno.
“Pelo contrário. O conservadorismo afasta o aluno. A defesa do conservadorismo é apoiar o estado na degradação educacional, que gera cidadãos limitados, manipulados e desesperançados, sem uma formação crítica e que funcionam como ‘robôs’ a serviço do capital”, opina.
“Como professor, acredito que devamos criar alternativas que ajudem o alunado a evoluir ideologicamente, a não seguir o pensamento de senso comum, através de um ensino diferenciado e criação de atividades que o aproximem do conteúdo com prazer ao invés da pressão de estarem sendo avaliados constantemente”.
De acordo com o professor, a orientação curricular para o ensino médio (2006) mostra que na transição do aluno do ensino fundamental para o ensino médio, existe uma baixa no processo de leitura dos textos ficcionais, tanto das obras infanto-juvenis, quanto dos autores com “alguma importância” na Literatura Brasileira.
“O que se percebe é que o método convencional, trazido nos livros e manuais didáticos, desobriga a leitura dos textos literários, dando lugar a um ensino estético das características especificas de cada escola literária. Além de uma leitura fragmentada que serve como exemplo dos estilos de épocas, sendo esse um grave problema no ensino da Literatura e um desmotivador da leitura”.
Jô Saulo reforça a importância de novas alternativas de estímulo à leitura na escola, principalmente pelo número cada vez menor de “leitores dentro de casa”.
“A escola deve se renovar para suprir a falta do exemplo familiar e acompanhar o mundo em que o aluno vive. Vivemos em uma sociedade dinâmica e é essencial o desempenho da escola na formação do individuo. Deve-se levar em consideração também, que a linguagem e a leitura percorrem todas as áreas do conhecimento escolar, facilitando a aprendizagem e a interpretação de textos tão necessários não só no âmbito escolar, mas também no profissional”.
Alunos devem participar de concurso de poesia da Secult
Os alunos que participaram da oficina de poesia ministrada pelo professor de literatura Jô Saulo devem participar do I Concurso de Poesia Jorge de Lima, lançado pela Secretaria de Cultura do Estado de Alagoas (Secult).
“Um concurso como este é importante para o crescimento dos estudantes já que a poesia envolve arte e reflexão sobre um determinado tema ou situação, e isso faz com que os alunos se enriqueçam culturalmente”, analisa a supervisora pedagógica dos alunos da escola particular onde aconteceu a oficina, Naira de Souza.
Para a ela, incentivar aos alunos a participar deste concurso é muito importante. “Tudo o que envolve conhecimento deve ser estimulado, por isso nossa escola não poderia deixar passar esta oportunidade de disseminar ainda mais, entre os nossos estudantes, o gosto pela leitura e pela criação textual. Aqui, nós temos muitos alunos talentosos e com grande potencial para estar entre os melhores”, disse a supervisora.
O professor Jô Saulo reafirma a importância da participação dos alunos. “Quando informamos em sala de aula que o colégio realizaria estas oficinas, muitos alunos nos procuraram para se inscrever. O nosso principal objetivo é mostra-los que todos têm potencial e que o estímulo à leitura e à pesquisa aliados a prática textual poderá render excelentes resultados”, informa o professor.
A aluna da 1ª série do Ensino Médio, Gabriela Borges, aprovou a iniciativa. “Esta oficina vai ser muito importante. É uma inovação que, com certeza, deverá se repetir outras vezes. Com as técnicas que vamos aprender será mais fácil para construirmos nossas poesias”, acredita a aluna.
Até o prazo final para as inscrições do concurso, mais oficinas serão realizadas abordando a mesma temática, também com os alunos da 3ª série do Ensino Médio.
O I Concurso de Poesia Jorge de Lima está sendo desenvolvido pela Secult e maiores informações sobre o certame podem ser encontradas no site: www.cultura.al.gov.br.
Podem participar da disputa, estudantes de todas as cidades alagoanas, que estejam cursando o Ensino Médio, tanto em escolas da rede pública quanto da rede privada. As inscrições vão até o dia 15 de setembro.
“A leitura, além de uma fonte de prazer, é uma ótima ferramenta de aprendizado e obtenção de conhecimento. Porém, o jovem tem perdido o gosto pela leitura e um dos grandes vilões para que isso esteja acontecendo, além da falta de incentivo familiar, é a tecnologia. A televisão, os videogames, o computador e principalmente a internet com suas redes sociais estão afastando os jovens do hábito da leitura”, opina o professor.
Para incentivar seus alunos do ensino médio, Jô Saulo realizou pela primeira vez uma oficina de poesia em uma escola particular de Maceió. O professor abordou os principais estilos e formas desta tendência literária, além de dar dicas sobre como os estudantes podem desenvolver suas produções poéticas.
“Pensando sobre a ausência de leitura na vida desses jovens e na formação de novos escritores, iniciei junto ao colégio onde leciono, iniciamos o projeto da oficina de poesia. Apesar de estar em fase inicial, alcançamos um número satisfatório de participantes para o programa extracurricular. Essa oficina é parte do incentivo que queremos passar para os alunos, para que, não somente retomem o gosto pela leitura, mas que também produções individuais e coletivas”, explica Jô Saulo.
“Durante a oficina são mostradas técnicas e várias formas de poesias que variam entre as estruturas clássicas e as poesias visuais, para que cada aluno encontre a forma que lhe deixe mais a vontade como escritor e possa seguir posteriormente seu próprio caminho literário”, continuou.
FAMÍLIA
O professor acredita que a falta de incentivo familiar desde a infância também seja um dos fatores nocivos para a falta de interesse para a leitura e também para a criação literária.
“Mas se pararmos para olhar com uma visão mais crítica, podemos observar que o problema não está somente na tecnologia ou na falta de incentivo da família. O que tem faltado é uma metodologia de ensino que seja usada a favor dos livros. Os docentes devem encontrar uma forma de utilizar a tecnologia a favor das aulas e como um mecanismo incentivador para a prática de leitura”, opina.
Jô Saulo acredita que o cinema também seja uma ferramenta elucidativa para as aulas, principalmente de Literatura, matéria que leciona.
“O cinema pode ser utilizado como motivador para a aproximação do jovem com a leitura, podendo ser utilizado como um interlocutor das obras literárias clássicas ou modernas. O professor tem que se ater às mudanças e o nosso foco educacional deve ser modificado de acordo com as evoluções sociais. A linguagem e a sociedade evoluem juntas”, conclui.
“Conservadorismo afasta aluno da leitura e é preciso inovar”
Outro fator que o professor destaca é o conservadorismo na educação. De acordo com Jô Saulo, defender o pensamento conservador é colaborar com um ensino desgastado que não atrai o aluno.
“Pelo contrário. O conservadorismo afasta o aluno. A defesa do conservadorismo é apoiar o estado na degradação educacional, que gera cidadãos limitados, manipulados e desesperançados, sem uma formação crítica e que funcionam como ‘robôs’ a serviço do capital”, opina.
“Como professor, acredito que devamos criar alternativas que ajudem o alunado a evoluir ideologicamente, a não seguir o pensamento de senso comum, através de um ensino diferenciado e criação de atividades que o aproximem do conteúdo com prazer ao invés da pressão de estarem sendo avaliados constantemente”.
De acordo com o professor, a orientação curricular para o ensino médio (2006) mostra que na transição do aluno do ensino fundamental para o ensino médio, existe uma baixa no processo de leitura dos textos ficcionais, tanto das obras infanto-juvenis, quanto dos autores com “alguma importância” na Literatura Brasileira.
“O que se percebe é que o método convencional, trazido nos livros e manuais didáticos, desobriga a leitura dos textos literários, dando lugar a um ensino estético das características especificas de cada escola literária. Além de uma leitura fragmentada que serve como exemplo dos estilos de épocas, sendo esse um grave problema no ensino da Literatura e um desmotivador da leitura”.
Jô Saulo reforça a importância de novas alternativas de estímulo à leitura na escola, principalmente pelo número cada vez menor de “leitores dentro de casa”.
“A escola deve se renovar para suprir a falta do exemplo familiar e acompanhar o mundo em que o aluno vive. Vivemos em uma sociedade dinâmica e é essencial o desempenho da escola na formação do individuo. Deve-se levar em consideração também, que a linguagem e a leitura percorrem todas as áreas do conhecimento escolar, facilitando a aprendizagem e a interpretação de textos tão necessários não só no âmbito escolar, mas também no profissional”.
Alunos devem participar de concurso de poesia da Secult
Os alunos que participaram da oficina de poesia ministrada pelo professor de literatura Jô Saulo devem participar do I Concurso de Poesia Jorge de Lima, lançado pela Secretaria de Cultura do Estado de Alagoas (Secult).
“Um concurso como este é importante para o crescimento dos estudantes já que a poesia envolve arte e reflexão sobre um determinado tema ou situação, e isso faz com que os alunos se enriqueçam culturalmente”, analisa a supervisora pedagógica dos alunos da escola particular onde aconteceu a oficina, Naira de Souza.
Para a ela, incentivar aos alunos a participar deste concurso é muito importante. “Tudo o que envolve conhecimento deve ser estimulado, por isso nossa escola não poderia deixar passar esta oportunidade de disseminar ainda mais, entre os nossos estudantes, o gosto pela leitura e pela criação textual. Aqui, nós temos muitos alunos talentosos e com grande potencial para estar entre os melhores”, disse a supervisora.
O professor Jô Saulo reafirma a importância da participação dos alunos. “Quando informamos em sala de aula que o colégio realizaria estas oficinas, muitos alunos nos procuraram para se inscrever. O nosso principal objetivo é mostra-los que todos têm potencial e que o estímulo à leitura e à pesquisa aliados a prática textual poderá render excelentes resultados”, informa o professor.
A aluna da 1ª série do Ensino Médio, Gabriela Borges, aprovou a iniciativa. “Esta oficina vai ser muito importante. É uma inovação que, com certeza, deverá se repetir outras vezes. Com as técnicas que vamos aprender será mais fácil para construirmos nossas poesias”, acredita a aluna.
Até o prazo final para as inscrições do concurso, mais oficinas serão realizadas abordando a mesma temática, também com os alunos da 3ª série do Ensino Médio.
O I Concurso de Poesia Jorge de Lima está sendo desenvolvido pela Secult e maiores informações sobre o certame podem ser encontradas no site: www.cultura.al.gov.br.
Podem participar da disputa, estudantes de todas as cidades alagoanas, que estejam cursando o Ensino Médio, tanto em escolas da rede pública quanto da rede privada. As inscrições vão até o dia 15 de setembro.