As definições concernentes às indústrias criativas, que foram se
cristalizando desde que cunhadas na Austrália no início dos anos 1990 e mais
enfaticamente no programa New Labour Party no Reino Unido, a partir de 1997. Já
naquela época, vislumbrava-se a eventual migração de interesses do setor
produtivo, da academia e dos estados nacionais das formas de produção
convencionais para outros modelos de negócio, que incluíam a capacidade humana
de inovar em produtos, processos e serviços em todos os segmentos da economia.
Assim, de modo muito sintético, podemos começar pela definição do que não
é a Economia Criativa: a produção de bens simbólicos que não seja mediada pela criatividade
e pela tecnologia não se caracteriza como Economia Criativa. Para além disso,
visando a estabelecer parâmetros que definam o que podemos entender por Indústrias
Criativas, é necessário perceber que ambos os conceitos estão atrelados antes às
formas de suas estruturas e manifestações produtivas e econômicas do que, necessariamente,
aos conteúdos com que trabalham. Segundo Howkins (2013), a economia criativa
propõe o intercâmbio possível entre criatividade, produção simbólica e
economia.
Uma das primeiras questões a serem abordadas, então, concerne à produção imaterial,
que vai, em larga medida, consolidar esse conceito. Muito embora haja todo um
referencial teórico que postula a presença do processo criativo em todas as indústrias
(estabelecendo como premissa o fato de que invenções, inovações e patentes são
imanentes e essenciais ao desenvolvimento de qualquer setor produtivo), e que
tais processos criativos permeiam os mais diversos âmbitos da sociedade de
maneira bastante estruturada, as formas de produção e que têm valor para a
sociedade de um modo geral, historicamente constituídas, como as indústrias de
máquinas, de bens, não foram ao longo do tempo configuradas como indústrias
criativas, exatamente porque se entende que alguns princípios são fundamentais
para pensar essa mais recente categorização desse setor específico.
Isso significa que, para desenvolver o conceito de Indústria Criativa, é necessário
pensar em um trinômio cuja base se articula em três princípios – a Tecnologia,
a Criatividade e a Inovação –, ligados, essencialmente, às relações de cultura,
aos arranjos produtivos locais e ao desenvolvimento de configurações produtivas que englobam a
multidisciplinaridade e a produção imaterial de informação, conhecimento e
produtos culturais.
Em muitos momentos, há certa confusão entre os conceitos de Indústrias Criativas
e de Economia Criativa, e vice-versa:
“Existen categorías estadísticas y analíticas opuestas, tales como la industria
del copyright, las industrias de contenidos, las industrias culturales, las de
contenido digital, las industrias de las artes y el entretenimiento, etc. Esta
confusión de categorías se traduce en que es difícil reunir datos precisos,
fiables y oportunos sobre los sectores. La consecuencia es que los análisis y
las intervenciones político culturales son ambiguas, imprecisas y poco
efectivas.” (CUNNINGHAM, 2011, p. 56).
Os conceitos de Indústrias Criativas e de Economia Criativa se misturam
muito, ainda mais quando se fala de certas atividades que são predominantes em
certos grupos e comunidades mais restritos. Por isso, é necessário entender que
eles estão em posições distintas, quase perpendicularmente opostos. Ou seja,
enquanto a Indústria Criativa se encontra na verticalidade, a Economia Criativa
está na horizontalidade, e isso significa que ao pensarmos, ainda que no âmbito
da Criatividade, o conceito de Indústria, estamos nos referindo ao produto, à
estrutura, enquanto o conceito de economia é sempre um conceito transversal, de
processo. Por exemplo, o Artesanato constitui uma Indústria Criativa; já a
economia, as formas de monetização, os mecanismos de instrumentalização de
oferta e demanda, as possibilidades de manejo de insumos criativos e a
estruturação de cadeia de valor são estudados e analisados sob o viés da Economia.
Princípios
simbólicos e imateriais
Na literatura que os britânicos ou os australianos inauguram sobre
princípios simbólicos e imateriais, no primeiro relatório de 2008 (depois em
2010) da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Econômico, encontramos
um primeiro esforço de como articular e entender os setores criativos.
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Por Juliano
Maurício de Carvalho e Janaina Leite Azevedo
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