O Pequeno Príncipe agora é
amorenado, vive na Zona da Mata, usa chapéu de cangaceiro e roupa de maracatu.
No lugar do rei, aparece uma figura inspirada no reisado - festa muito popular
no Nordeste - e, em vez da flor do deserto, é a flor de mandacaru.
Esse é o universo que o escritor Josué Limeira e o ilustrador Vladimir Barros, ambos pernambucanos, criaram no livro O Pequeno Príncipe em Cordel (Carpe Diem/174 págs/R$38), uma adaptação do clássico de Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), que foi publicado pela primeira vez em 1943.
Josué, 51 anos, é funcionário público mas, de vez em quando, se aventura como poeta e cordelista. Assim como boa parte de sua geração, o pernambucano foi muito influenciado pela obra de Saint-Exupéry: “Eu já vinha pensando em adaptar um clássico da literatura para o cordel e, como o livro me acompanhava desde minha adolescência, pensei logo nele. Aí, escrevi o primeiro capítulo para experimentar e fiquei muito satisfeito com o resultado”.
Josué resolveu dar continuidade aos capítulos seguintes e percebeu que, para o resultado ficar como ele queria, precisaria reler o clássico francês algumas vezes. Algumas, não: 70 vezes. “Apesar das adaptações que fiz, a essência da história está ali. Apenas passei da forma narrativa para a poesia. Mas, para ser fiel, precisei ler o livro original diversas vezes”, diz.
O cordel começou a ser escrito em 2010 e levou dois anos para ser concluído. Finalmente, em 2012, Josué partiu para a etapa seguinte, a publicação. Foi aí que se deu conta que, para publicar sua versão, teria que pedir autorização aos herdeiros do escritor francês.
Conseguiu, finalmente, contactá-los por email. “Mas eles não entenderam muito bem a proposta, afinal, não sabiam o que é o cordel. Me passaram uma mensagem, pedindo que explicasse, mas depois acabaram sem responder”, lembra o autor.
Domínio público
Josué então buscou mais informações sobre O Pequeno Príncipe original e descobriu que, em 2015, depois de completados 70 anos da morte de Saint-Exupéry, a obra cairia em domínio público, o que lhe permitiria publicar sua versão, mesmo sem a autorização da família do escritor.
Foi aí que partiu para as providências seguintes, com a contratação de uma revisora e o acordo com uma editora interessada em publicar, a pernambucana Carpe Diem. Em poucos meses, o livro se tornou o maior sucesso da editora, com seis mil exemplares vendidos e sendo adotado em 16 escolas brasileiras. A primeira foi de Brasília. Depois, foram instituições educacionais de Pernambuco, Alagoas, Rio e Ceará. Na Bahia, uma escola de Teixeira de Freitas, no Extremo Sul do estado, também o adotou.
Josué diz que, embora o livro original já fosse adotado em escolas, o formato do cordel permite que crianças menores se interessem pela história: “Os desenhos atraem a atenção dos pequenos. Além disso, eles podem exercitar a oralidade, declamando os versos do cordel”.
Pelo mundo
E não é apenas nas escolas que o livro tem feito sucesso. Pelo Facebook, o autor já vendeu cópias de O Pequeno Príncipe em Cordel para países como Portugal, Espanha, Alemanha e EUA. “E tem até colecionadores de cordel espalhados pelo mundo que andam trocando o livro entre eles. Soube de gente até na Islândia e Turquia”, diz Josué. Redes de livrarias como a Cultura e a Nobel também estão vendendo o livro.
Vladimir Barros, 31, que ilustra o cordel, também é pernambucano. Ele já havia trabalhado com Josué em uma história em quadrinhos sobre Luiz Gonzaga (1912-1989), publicada no Jornal do Commercio, com texto também em formato de cordel.
Josué elogia a ‘sutileza’ do trabalho do colega e a forma como ele brinca com os títulos dos capítulos. Para chegarem à forma do traço, encontraram um meio-termo: “Nós chegamos a um acordo porque, inicialmente, eu queria uma coisa mais ‘rústica’, parecida com xilogravura. Mas ele propôs um traço entre a xilogravura e o armorial (técnica baseada no Movimento Armorial, inspirado em Ariano Suassuna)”, diz Josué.
Por Roberto
Midlej, no Correio 24 Horas
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Dramaturgo, o autor transferiu para seus contos literários toda a criatividade, intensidade e dramaticidade intrínsecas à arte teatral.
São vinte contos retratando temáticas históricas e contemporâneas que, permeando nosso imaginário e dia a dia, impactam a alma humana em sua inesgotável aspiração por guarida, conforto e respostas.
Os contos:
1. Tiradentes, o mazombo
2. Nossa Senhora e seu dia de cão
3. Sobre o olhar angelical – o dia em que Fidel fuzilou Guevara
4. O lugar de coração partido
5. O santo sudário
6. Quando o homem engole a lua
7. Anos de intensa dor e martírio
8. Toshiko Shinai, a bela samurai nos quilombos do cerrado brasileiro
9. O desterro, a conquista
10. Como se repudia o asco
11. O ladrão de sonhos alheios
12. A máquina de moer carne
13. O santuário dos skinheads
14. A sorte lançada
15. O mensageiro do diabo
16. Michelle ou a Bomba F
17. A dor que nem os espíritos suportam
18. O estupro
19. A hora
20. As camas de cimento nu
São vinte contos retratando temáticas históricas e contemporâneas que, permeando nosso imaginário e dia a dia, impactam a alma humana em sua inesgotável aspiração por guarida, conforto e respostas.
Os contos:
1. Tiradentes, o mazombo
2. Nossa Senhora e seu dia de cão
3. Sobre o olhar angelical – o dia em que Fidel fuzilou Guevara
4. O lugar de coração partido
5. O santo sudário
6. Quando o homem engole a lua
7. Anos de intensa dor e martírio
8. Toshiko Shinai, a bela samurai nos quilombos do cerrado brasileiro
9. O desterro, a conquista
10. Como se repudia o asco
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I – Coleção Educação, Teatro e Folclore (peças teatrais infanto-juvenis):
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III – Coleção Educação, Teatro e Democracia (peças teatrais infanto-juvenis):
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