Na tentativa de fechar acordos para implementar o
Acordo de Paris contra a mudança climática, passo fundamental para sua entrada
em vigor em 2020, representantes do Brasil e de mais 185 países participam de 30
de abril a 10 de maio, em Bonn (Alemanha), de nova rodada de negociações. Em
discussão, a COP 24 (Conference of the Parties), que vai ocorrer de 3 a
14 de dezembro, na Polônia, e a COP 25, prevista para ser realizada no Brasil
em 2019.
Nesta rodada de reuniões preparatórias da Cúpula do
Clima, 4.119 analistas devem participar das discussões. "Para alcançar o
êxito na COP24 é essencial que os países comecem a trabalhar na elaboração de
textos de negociação nesta reunião de maio", disse, em comunicado, a
secretária-executiva de UNCC, a mexicana Patricia Espinosa.
Segundo Patricia Espinosa, as conversas
"apresentarão uma fundação sólida ao trabalho na segunda parte de 2018 e
ajudarão a obter um resultado contundente".
O roteiro internacional climático prevê que na reunião
da Polônia seja lembrada a implementação na prática do Acordo de Paris, tendo
como alvo que a alta média das temperaturas não ultrapasse os dois graus
centígrados com relação aos níveis pré-industriais.
Também será discutido o item denominado "Diálogo
de Talanoa", uma aposta de Fiji, país que presidiu a COP23 do ano passado,
para favorecer que os países se mantenham envolvidos no processo.
Concretamente, a manutenção do compromisso, o acompanhamento dos avanços e que
os países elevem progressivamente as metas de corte de emissões contaminantes
de seus planos nacionais de luta contra a mudança climática (NDC).
Espinosa considerou que o "Diálogo de
Talanoa" é uma "oportunidade chave" para avançar na luta contra
o aquecimento global e pediu uma "ampla participação" nesta
iniciativa.
Por último, a secretária-executiva do UNCC pediu aos
países desenvolvidos que concretizem suas contribuições ao Fundo Verde do
Clima, que deve contar com US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020 para apoiar
os países em desenvolvimento na sua luta contra a mudança climática.
COP 25
Em dezembro de 2017, o então ministro do Meio
ambiente, Sarney Filho, afirmou que o Brasil dispõe de todas as condições para
sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 25), em
2019. "O Brasil é uma liderança expressiva no combate ao aquecimento
global", disse Sarney, na ocasião.
No ano passado, o senador Jorge Viana (PT-AC),
presidente da Comissão Mista de Mudanças Climáticas do Congresso, disse que a
conferência será a oportunidade de o país seguir com uma agenda positiva
na área ambiental.
Porém, no cenário latino-americano há entraves para a
candidatura do Brasil como sede da COP 25. As posições políticas divergentes
entre os países vizinhos levaram a Venezuela a resistir à candidatura
brasileira. As negociações estão em curso.
EBC
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