sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Meus caros, o que vai abaixo, extraí do jornal O Globo:
 

Um professor foi afastado de suas funções após a divulgação de um vídeo, nesta quarta-feira, onde aparece acariciando uma aluna de 11 anos dentro de uma sala de aula na Escola Estadual Maria Montessori (foto abaixo), na região da Vila Maria, Zona Norte de São Paulo. As imagens foram gravadas por colegas de classe da vítima, revoltados com a atitude do professor. Nesta quinta-feira, a criança e os pais dela foram ouvidos pela Polícia Civil, que instaurou inquérito para apurar o caso.

Nas imagens, o professor aparece abraçando a aluna por trás. Em alguns momentos, chega a beijá-la e a morder a orelha da criança. O profissional, identificado numa reportagem da TV Record como Osvaldo Batista Filho, pode ser enquadrado no crime de estupro de vulnerável.

E, na sequência, um texto que escrevi em 2007:

Doutores em pedofilia


Doutores em pedofilia

A sociedade brasileira forjou ao longo de sua história, duas grandes academias. Uma é a escola formal, destinada a produzir, reproduzir e disseminar o conhecimento, um tipo de saber que arremessa a humanidade em direção ao desenvolvimento e ao progresso. Mas infelizmente existe uma outra, a escola das ruas, um certo tipo de ‘academia’ que em outros tempos, teve lá a sua importância relativa, mas que hoje, constitui-se inequivocamente em universidade e centro de excelência para a titulação da bandidagem, o doutoramento de pedófilos, a modernização do tráfico de entorpecentes, a sacralização de tudo o que alguns preferem denominar ‘inferno’.

Num passado que já vai longe, as ruas – em que pesem os riscos e perigos sempre presentes - descortinavam, ou insinuavam pelo menos, um segundo cenário, envolto numa áurea de romantismo, inspirando espíritos aventureiros, desbravadores, conquistadores. Mas nos dias de hoje, as ruas perderam quase tudo o que havia de encanto e, só muito raramente, quase no limite das impossibilidades, apresentam-se como um espaço saudável e produtivo para as crianças e a nossa juventude.

Tão logo emerge da hibernação, ainda na fase da amamentação do filhote recém-nascido, a mãe-ursa passa a conviver com seu maior temor: encontrar um urso-macho, quem sabe o próprio parceiro que a engravidou, que não relutará em avançar sobre o pequeno e frágil filhote para devorá-lo, saciando a fome de seis meses.
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